A Americanas (AMER3) informou ao mercado, que a Superintendência-Geral do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou sem restrições a subscrição e integralização das novas ações ordinárias que serão emitidas pela companhia como parte do aumento do capital social.
A operação em questão envolve a aquisição de participação societária minoritária pelos bancos Bradesco, Santander, Itaú, Safra e BTG Pactual, além da compra de controle pelos acionistas principais associados a Jorge Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.
Conforme estabelecido pela lei, o prazo de 15 dias corridos para apresentação de questionamentos ao tribunal do Cade começará nesta terça-feira (9) e se encerrará em 23 de julho.
Caso não haja questionamentos, a decisão de aprovação da Superintendência-Geral do Cade se tornará definitiva.
Americanas (AMER3): rombo gerou desconfiança generalizada
Maior fraude financeira da história brasileira. É assim que o caso Americanas (AMER3) tem sido identificado pela imprensa e nomes ligados ao mercado financeiro.
Um rombo bilionário de uma das maiores e mais tradicionais varejistas do Brasil não poderia acontecer sem respingar nos pares do setor. Analistas têm chamado atenção para um “efeito cascata”.
Miguel Gomes Pereira Sarmiento Gutierrez, ex-CEO das Lojas Americanas, junto com a ex-diretora Anna Christina Ramos Saicali e outros ex-executivos foram acusados de atuarem em esquema de manipulação dos balanços para ocultar a situação financeira da varejista.
O resultado foi um rombo de aproximadamente R$ 20 bilhões, enquanto a dívida total da empresa em recuperação judicial é de R$ 40 bilhões.
Segundo Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, a revelação da fraude causou um efeito cascata no mercado, com outras grandes empresas pedindo recuperação judicial devido à saturação do crédito.
“Embora os mercados de crédito, fundos e bancos soubessem da grande alavancagem da empresa, duas coisas eram inimagináveis: a possibilidade de fraude nos balanços, que eram auditados, e a falta de intervenção imediata dos sócios, que eram as pessoas mais ricas do país, para cobrir déficits e evitar a recuperação judicial com grande deságio e parcelamento”, disse Eyng ao BP Money.