Os papéis da Americanas (AMER3) registravam queda de 76,08%, a R$ 2,84, por volta das 16h20 (horário de Brasília) desta quinta-feira (12), após uma série de interrupções nas negociações da varejista, que chegou a valer R$ 1,50 ao longo do dia.
Depois de mais de 4 horas, as ações da Americanas abriram, às 14h22, em queda de 76,25%, a R$ 2,85, mas logo voltaram para leilão.
Desde às 11h desta quinta, o início da negociação dos ativos da Americanas foi constantemente postergado, em meio a um cenário de abertura de queda brusca e da divulgação de fatos relevantes pela empresa. No preço teórico, os papéis chegaram a valer R$ 1,20, o que equivaleria a um recuo de 90%. A B3 (B3SA3) liberou um limite de baixa para os ativos para 99% neste pregão.
Na véspera, as ações da Americanas fecharam valendo R$ 12.
Sergio Rial renunciou ao cargo após encontrar rombo no balanço da Americanas
A Americanas anunciou na quarta-feira (11) que Sergio Rial renunciou à presidência. Além disso, a varejista revelou que André Covre, Diretor de Relações com Investidores, também pediu desligamento. Em fato relevante, a companhia informou que a atual gestão encontrou “inconsistências em lançamentos contábeis” em anos anteriores, incluindo o exercício de 2022, da ordem de R$ 20 bilhões.
“Neste momento, não é possível determinar todos os impactos de tais inconsistências na demonstração de resultado e no balanço patrimonial da companhia”, afirmou o documento.
“As estimativas acima estão sujeitas a confirmações e ajustes decorrentes da conclusão de trabalhos de apuração e dos trabalhos a serem realizados pelos auditores independentes, após o que será possível determinar adequadamente todos os impactos que tais inconsistências terão nas demonstrações financeiras da companhia”, continuou.
O Conselho de Administração decidiu ainda criar um comitê independente para apurar as circunstâncias que ocasionaram as referidas inconsistências contábeis, que terá os poderes necessários para a condução de seus trabalhos.
A varejista nomeou interinamente para Diretor-Presidente e Diretor de Relações com Investidores João Guerra, “executivo com ampla trajetória na companhia nas áreas de tecnologia e recursos humanos, e não envolvido anteriormente na gestão contábil ou financeira”, escreveu a Americanas.