A Americanas (AMER3) está sendo despejada nesta sexta-feira (26) do shopping Plaza Sul, em São Paulo. Segundo o jornalista Lauro Jardim, blogueiro do jornal “O Globo”, a varejista, que está em recuperação judicial, não conseguiu pagar o aluguel.
De acordo com Jardim, a 36ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) tem o entendimento de que despejos que haviam sido ajuizados antes da recuperação judicial da Americanas não ficam suspensos pela proteção legal.
Maior administradora de shoppings do Brasil, a Aliansce Sonae (ALSO3) possui outras oito ações de despejo contra a Americanas utilizando o mesmo argumento.
Em posicionamento enviado ao portal “Suno Notícias”, a Americanas informou que está tomando medidas judiciais cabíveis para reverter esse despejamento.
“A Americanas informa que a sua loja no Shopping Plaza Sul, em São Paulo, encontra-se fechada atualmente por motivos de litígio oriundo de divergência por parte do shopping sobre o processo de recuperação judicial da companhia. A Americanas está tomando as medidas judiciais cabíveis e reforça que o processo de recuperação judicial a impede de efetuar pagamentos cujo evento de origem seja anterior ao início do pedido realizado, caso dos aluguéis objeto de cobrança para o imóvel em questão”, escreveu a Americanas na nota.
Americanas (AMER3): deputado quer depoimento de sócios na CPI
Nesta semana, o deputado federal Jonga Bacelar (PL-BA) apresentou requerimento na CPI da Americanas (AMER3) para que sejam convocados a depor na comissão os empresários Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, principais acionistas da empresa. O requerimento do deputado baiano é o único apresentado até agora na CPI, criada para investigar as inconsistências da ordem de R$ 20 bilhões detectadas em lançamentos contábeis da empresa Americanas realizados no exercício de 2022.
Na justificativa do seu requerimento, Jonga Bacelar afirma que os três maiores acionistas da empresa Americanas aumentaram seus patrimônios e tornaram-se ainda mais ricos nos primeiros meses de 2023, em comparação com o mesmo período do ano de 2022.
“Os acionistas Lemann, Sicupira e Telles ocupam a segunda, terceira e quinta posição no ranking da Forbes, respectivamente, das pessoas mais ricas do Brasil. Solicitamos seu depoimento para que possam prestar esclarecimentos sobre o pedido de recuperação judicial e como conseguiram avultar suas fortunas neste ano”, esclareceu o deputado ao Bahia Notícias, parceiro do BP Money.
Os empresários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira divulgaram no mês de janeiro uma nota conjunta em que negaram ter conhecimento dos problemas da empresa. Os acionistas disseram na nota que não permitiriam que fosse feita uma manobra ou fraude contábil para distorcer os resultados da companhia.
“Nossa atuação sempre foi pautada, ao longo de décadas, por rigor ético e legal. Acreditávamos firmemente que tudo estava absolutamente correto”, afirmaram os três sócios da Americanas.