A Americanas (AMER3) tem acelerado a devolução de galpões e espaços de armazenagem de produtos do e-commerce nos últimos meses. Em janeiro de 2023, a varejista fechou um centro de distribuição em Fortaleza (CE). As informações são do portal “Estadão”.
De acordo com levantamento da imobiliária SDS Properties, especializada em galpões logísticos, a Americanas ocupou 830 mil metros quadrados em condomínios em 2022. Desse total, já foram devolvidos quase 20%.
Até o momento, foram desocupados 159 mil metros quadrados em Betim (MG), Resende (RJ), Cajamar (SP) e Ribeirão Preto (SP). Ainda em 2023, serão devolvidos outros quase 70 mil metros quadrados em condomínios logísticos localizados em Curitiba (PR), Porto Alegre (RS) e Hortolândia (SP).
Segundo o “Estadão”, o processo de devolução de galpões já havia sido iniciado antes mesmo de a varejista apresentar o pedido de recuperação judicial, em janeiro.
“As devoluções podem afetar pontualmente preços em mercados onde a vacância é elevada”, disse Simone Santos, CEO da SDS Properties.
Nesta quarta-feira (22), por volta das 14:10 (de Brasília), as ações da Americanas recuavam 3,42%, cotadas a R$ 1,13.
Americanas (AMER3) apresenta proposta de capitalização a credores
Na semana passada, a Americanas (AMER3) apresentou aos bancos credores uma proposta de capitalização que será feita pelo trio de acionistas de referência da empresa, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, no valor de R$ 7 bilhões. O montante ficou bem abaixo dos R$ 15 bilhões apontados pelas instituições financeiras como um aporte necessário para resolver o problema da companhia. As informações são do “Valor”.
A proposta também reivindica que os bancos convertam R$ 18 bilhões da dívida total da empresa em ações e em dívida subordinada, que é aquela que fica no final da fila em um eventual processo de insolvência, segundo a publicação.
A reunião ocorreu de forma presencial no início da manhã do dia 16 de fevereiro e durou cerca de duas horas. Além dos representantes dos credores, participaram Luiz Muniz, do banco de investimento Rothschild, e Roberto Thompson, sócio da gestora 3G, ao lado do trio de acionistas da Americanas.
A conversão de R$ 18 bilhões da dívida proposta agora englobaria grande parte da dívida bancária da empresa, conforme a lista de credores que a empresa anexou ao processo de recuperação judicial.
A dívida total da Americanas, que entrou no processo, é de mais de R$ 40 bilhões, marcando um dos maiores processos de recuperação judicial da história corporativa brasileira.