Fraude contábil

Americanas (AMER3): ex-CEO responderá processo de fraude em liberdade

O habeas corpus foi concedido por unanimidade pelo TRF na investigação sobre a fraude contábil, de acordo com apuração da "Folha de S. Paulo"

Americanas
Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas (Foto: Reprodução)

O Tribunal Regional Federal da 2ª Região concedeu a Miguel Gutierrez, o ex-CEO da Americanas (AMER3), nesta terça-feira (20), um habeas corpus no processo de investigação da fraude contábil bilionária da empresa, segundo apuração da “Folha de S.Paulo”.

O ex-executivo da Americanas foi alvo de um mandado de prisão em 27 de junho, além de ter seu nome incluído na lista vermelha da Interpol.

Gutierrez mora atualmente em Madri, Espanha, e é reconhecido como cidadão do país europeu. O ex-CEO chegou a ser preso na cidade por um dia, porém foi solto. Seu passaporte foi entregue às autoridades espanholas na época.

O habeas corpus foi concedido por unanimidade, de acordo com o veículo de notícias. Após isso, um ofício será enviado à representação regional da Interpol no Rio de Janeiro para que o nome de Gutierrez seja retirado da lista citada.

A PF (Política Federal) alegou, no pedido de prisão preventiva, que o ex-executivo da Americanas se desfez de bens e enviou valores a fundos sediados em paraísos fiscais. 

O investigado esteve à frente da Americanas por 20 anos e é alvo de outra apuração sobre lavagem de dinheiro.

Americanas (AMER3): Comitê confirma fraude contábil

Através de fato relevante divulgado na terça-feira (16), a Americanas (AMER3) informou que recebeu as conclusões do trabalho de investigação do Comitê Independente criado para apurar o rombo na empresa e que a fraude contábil foi confirmada.

“As evidências apresentadas pelo Comitê confirmam a existência de fraude contábil, caracterizada, principalmente, por lançamentos indevidos na conta Fornecedores, por meio de contratos fictícios de VPC (verbas de propaganda cooperada) e por operações financeiras conhecidas como “risco sacado”, dentre outras operações fraudulentas e incorretamente refletidas no balanço da Companhia”, destacou a varejista.

A Americanas (AMER3) reiterou que os responsáveis por orquestrar os golpes não fazem mais parte dos quadros da empresa e que a diretoria foi orientada a tomar as “providências necessárias para a comunicação às autoridades competentes”.

A fraude contábil – já identificada como a maior da história do Brasil – foi comunicada no ano passado.

Miguel Gomes Pereira Sarmiento Gutierrez, ex-CEO das Lojas Americanas, junto com a ex-diretora Anna Christina Ramos Saicali e outros ex-executivos foram acusados de atuarem em esquema de manipulação dos balanços para ocultar a situação financeira da varejista.

O resultado foi um rombo de aproximadamente R$ 20 bilhões, enquanto a dívida total da empresa em recuperação judicial é de R$ 40 bilhões.

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