A ex-diretora da Americanas (AMER3), Anna Ramos Saicali, que liderava a B2W, o braço de varejo digital do grupo, e atualmente está foragida, pretende se entregar, segundo uma fonte próxima ao caso.
Saicali é alvo de um mandado de prisão da “Operação Disclosure”, deflagrada na última quinta-feira (27) pela Polícia Federal (PF) em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF/RJ).
A operação busca esclarecer a participação dos ex-diretores da Americanas em fraudes contábeis que, conforme Fato Relevante divulgado pela própria empresa, somam R$ 25,3 bilhões.
A investigação também contou com o apoio técnico da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Segundo a mesma fonte, Saicali estaria refugiada em Portugal.
Executivos da Americanas foragidos
Desde a operação da Polícia Federal na última quinta-feira (27), Saicali está foragida. No mesmo dia, a PF confirmou que a ex-executiva do grupo de varejo, assim como Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas e também alvo de mandado de prisão, não foram encontrados no Brasil e são considerados foragidos.
Na ocasião, a Polícia Federal informou que ambos já haviam sido incluídos na lista de Difusão Vermelha da Interpol pelo Núcleo de Cooperação Internacional, sem mencionar seus nomes.
Segundo a apuração da colunista Malu Gaspar, do jornal “O Globo”, Saicali solicitou à Justiça a reconsideração da prisão preventiva e teria apresentado uma passagem de volta ao Brasil, vinda de Portugal, com embarque programado para a noite deste sábado (29).
De acordo com a apuração da colunista, uma decisão do juiz Marcio Muniz da Silva Carvalho, da 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, estabelece que Saicali deve se apresentar às autoridades portuguesas no aeroporto de Lisboa na noite de sábado (29). Após retornar ao Brasil, a ex-executiva da rede de varejo deve entregar seu passaporte à Polícia Federal.
Ex-CEO pedia balanços fraudados em pendrive
O Ministério Público Federal (MPF) afirma ter encontrado provas “inequívocas” da participação de Miguel Gutierrez, ex-CEO das Lojas Americanas (AMER3), nas fraudes destinadas a manter as ações da rede varejista em alta.
Gutierrez foi preso na sexta-feira (28) em Madri, na Espanha. A defesa, no entanto, alega que ele não tinha conhecimento do esquema.
O executivo é identificado na investigação como o principal responsável pela manipulação dos resultados contábeis da empresa. De acordo com o MPF, ele tinha a palavra final sobre os números supostamente inflacionados que eram apresentados ao conselho de administração e ao mercado.