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Americanas (AMER3): fundos de pensão perderam R$ 956 mi com varejista

Entretanto, se cumprido o plano de recuperação judicial, estima-se que até 60% do valor pode ser retomado

Os fundos de pensão do País registraram uma perda de R$ 956 milhões devido à crise da Americanas (AMER3), iniciada em janeiro do ano passado. No entanto, uma considerável parcela desse montante pode ser recuperada ao longo dos próximos anos.

Com a implementação bem-sucedida do plano de recuperação judicial da empresa, aprovado pelos credores em dezembro do ano passado, estima-se que até 60% do valor perdido pode ser recuperado. Esse percentual representa uma cifra relativamente alta em comparação com outros processos dessa natureza.

A estimativa das perdas, no montante de R$ 956 milhões, é proveniente da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), órgão do governo federal responsável pela supervisão dos fundos de pensão do País. Essa cifra corresponde à desvalorização dos títulos emitidos pela varejista Americanas. A empresa buscou proteção judicial após a divulgação de uma fraude contábil, posteriormente avaliada em mais de R$ 25 bilhões.

Recuperação deve acontecer no longo prazo

Os fundos de pensão enfrentarão o desafio de adotar uma perspectiva de longo prazo, uma vez que a recompra tem um prazo estendido até 2039 para ser integralmente quitada. Na conversão dos valores em ações, os credores deverão aguardar três anos para liquidar suas posições. Além disso, será necessário contar com uma valorização dos papéis acima dos R$ 1,30, preço estabelecido para cada um na capitalização, que totalizará R$ 24 bilhões.

Apesar do prejuízo significativo, a maior parte do mercado não experimentou perda efetiva de capital. A situação gerou apenas sete casos potenciais de problemas de gestão relacionados à venda dos títulos da Americanas antes da aprovação da recuperação judicial. Essa aprovação abre a perspectiva de uma recuperação mais substancial dos valores inicialmente perdidos.

Além disso, o impacto para os beneficiários foi relativamente pequeno. Embora o montante totalize quase R$ 1 bilhão, representa apenas 0,8% do patrimônio do setor. Os fundos de pensão detêm mais de R$ 1,2 trilhão em ativos.

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