O Goldman Sachs entrou na Justiça contra a Americanas (AMER3). A instituição financeira entrou com recurso no Tribunal de Justiça pedindo para que seja revertida a proteção de 30 dias dada à varejista após a descoberta do rombo de R$ 20 bilhões. As informações são do jornal “O Globo”.
No pedido, o banco argumenta que tem direito a pedir o vencimento antecipado de seus “contratos de derivativos” (contratos baseados em outros ativos). Segundo o Goldman Sachs, até a presente data, a volatilidade no valor da exposição pode ser estimada em até US$ 60 milhões (R$ 307 milhões) em duas semanas e, aproximadamente, US$ 80 milhões (R$ 408 milhões) em 30 dias.
No recurso, o Goldman Sachs explica que a exposição em contratos de derivativos pode variar rapidamente, gerando “consequências drásticas”. Para a instituição financeira, a manutenção da Justiça em manter a chamada tutela de urgência cautelar para a Americanas “pode ter um grande impacto no valor total do crédito do GS que será sujeito ao futuro processo de recuperação”.
Americanas (AMER3): RJ deve ser a 4ª maior da história
A recuperação judicial da Americanas (AMER3) deve ser a 4ª maior da história brasileira, segundo levantamento dos escritórios de advocacia Lara Martins Advogados e Mingrone e Brandariz, especializado em recuperação judicial.
De acordo com o estudo, a varejista só fica atrás da Odebrecht (R$ 80 bilhões), Oi (R$ 65 bilhões) e Samarco (R$ 55 bilhões). Depois da Americanas (R$ 40 bilhões), aparecem na lista Sete Brasil (R$ 19 bilhões) e OGX (R$ 12,3 bilhões).
A recuperação judicial da Oi (OIBR3), concluída em 14 de dezembro de 2022, é considerada a maior do País, com exceção das recuperações envolvendo empresas denunciadas na operação Lava Jato da Polícia Federal (Odebrecht, Sete Brasil e OGX).
A Samarco, controlada pela Vale (VALE3) e pela BHP Billiton, é responsável pela maior tragédia ambiental do Brasil, em novembro de 2015, com o rompimento da barragem de Bento Rodrigues (MG).
Nesta quarta-feira (18), por volta das 15:20 (de Brasília), as ações da Americanas recuavam 5,79%, cotadas a R$ 1,79.