O banco norte-americano JP Morgan rebaixou a Americanas (AMER3) para venda, citando alavancagem que se aproxima de 6x Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), além de perspectiva de prejuízo para 2023. Sobre o preço-alvo, o JP revisou para R$ 12,50 por ação da companhia. Por volta das 15h20 (de Brasília) desta quarta-feira (9), os papéis da Americanas operavam em queda de 7,51%, a R$ 14,03.
“Apesar de vermos potencial para melhorias nas tendências operacionais — projetamos uma margem Ebitda de longo prazo de 18% — a alta alavancagem financeira vai consumir o fluxo de caixa livre do acionistas até 2026 e permitir o breakeven do lucro líquido apenas em 2024,” escreveram os analistas do banco norte-americano. Dois anos atrás, a alavancagem pro forma da Americanas era de 1,5x.
Segundo Joseph Giordano, Nicolas Larrain e Guilherme Vilela, que assinam relatório do JP Morgan, as altas despesas financeiras vão impactar o resultado mesmo com a taxa de juros começando a cair, já que a companhia precisará reforçar seu capital de giro com a antecipação de recebíveis.
Além disso, o banco entende que a Americanas terá que rebalancear sua estrutura de capital, especialmente levando em conta que as lojas físicas, normalmente a principal fonte do fluxo de caixa, vêem um “declínio nas tendências de produtividade das vendas com performances erráticas das novas unidades”.
Ainda, o JP Morgan apontou que vê um risco adicional de revisões do consenso para o lucro líquido da companhia. Para 2023, o banco projeta prejuízo de R$ 160 milhões. Na contramão, o consenso é de um lucro de R$ 162 milhões.
Dentre os grandes bancos, o JP foi o primeiro a recomendar venda para a Americanas. Dos bancos e corretoras que cobrem a empresa, oito tem recomendação de compra e cinco recomendação neutra.