Cerca de 1,3 mil trabalhadores e pequenos e médios fornecedores da Americanas (AMER3) não poderão receber os R$ 192,4 milhões do pagamento de dívidas. A proposta da varejista foi suspensa pela desembargadora Leila Santos Lopes, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ).
A magistrada acatou recurso do Banco Safra, que alegou que a Americanas só poderia pagar dívidas após a aprovação de um plano de recuperação judicial, algo que ainda não aconteceu. Na semana passada, o Bradesco (BBDC4) também havia pedido a suspensão do pagamento, mas teve o pedido negado pela Justiça.
Na decisão, Lopes afirmou que somente a Assembleia Geral de Credores da Americanas pode decidir a ordem de pagamento das dívidas, sendo que o pagamento de apenas uma parcela dos credores pode provocar dano irreparável ao próprio processo de recuperação judicial.
A Americanas recorreu da decisão, considerando “totalmente descabidos e até mesmo distorcidos” os argumentos trazidos pelo Banco Safra. De acordo com a varejista, o pagamento antecipado aos credores trabalhistas e aos pequenos fornecedores manteria toda uma cadeia produtiva em funcionamento.
CPI da Americanas (AMER3) é protocolada na Câmara
O requerimento para a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a fraude contábil da Americanas (AMER3) foi protocolado na quinta-feira (9). O pedido foi feito pelo deputado André Fufuca, líder do PP na Câmara dos Deputados, com apoio de 216 parlamentares. A informação é do jornal “Estadão”.
Além do PP, outros partidos do Centrão assinaram o pedido para a criação de uma CPI da Americanas, como Republicanos e PL. Além disso, o líder do PT na Câmara, José Guimarães (PT-CE), também está entre os que assinaram o documento.
“É sabido que as fraudes em balanços contábeis de empresas de capital aberto têm um enorme potencial lesivo, já que podem prejudicar um número indeterminado de pessoas e também outras empresas”, afirmou a justificativa do pedido para a CPI da Americanas.