Um grupo de investidores minoritários representados pelo Instituto Ibero-Americano da Americanas (AMER3) solicitou aos acionistas controladores da varejista (membros da 3G Capital) uma indenização por abuso de poder na companhia. As informações são do “Infomoney” e foram publicadas na última terça-feira (31).
De acordo com o Instituto Ibero-Americano, uma indenização à Americanas por parte dos acionistas de referência poderia ser a saída para a sobrevivência da varejista, já que a 3G Capital tem se negado a fazer “uma injeção de dinheiro necessária para hontar as dívidas bilionárias”.
Os minoritários acreditam que essa injeção de capital pode acontecer com o pedido de indenização. Os investidores destacam que houve abuso de poder por parte dos controladores, que teriam deixado de apurar inconsistências e contas irregulares dos administradores.
O Instituto alega que os acionistas majoritários se preocuparam apenas em buscar um maior pagamento de proventos ou bônus para executivos. Dessa forma, os controladores deixaram os interesses da companhia e dos acionistas minoritários de lado.
Segundo a solicitação, a indenização deve ocorrer com base no artigo 246, da Lei das Sociedades por Ações (Lei n. 6.404/76), que recai sobre o patrimônio pessoal dos envolvidos.
Os acionistas minoritários alegam que o risco de falência da Americanas seria afastado se considerassem que os controladores têm patrimônio para salvar a companhia.
“O grande trunfo da medida é superar os entraves naturais que uma Recuperação Judicial poderia oferecer, além de garantir que o patrimônio pessoal dos integrantes do bloco de controle seja alcançado. Entre eles está o trio que compõe a 3G Capital: os sócios Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, com um patrimônio estimado em torno de R$ 180 bilhões”, informou o instituto em nota.
A lei prevê um prêmio de 5% para os investidores sobre o que os controladores tiverem que pagar de reparação à companhia.
Americanas (AMER3) inicia demissões
A Americanas começou a desligar funcionários, na última terça-feira (31). Segundo a “Folha de São Paulo”, as demissões começaram no Rio de Janeiro, sede da varejista.
De acordo com o jornal, os desligamentos, neste primeiro momento, devem envolver terceiros, mas também serão estendidos ao pessoal contratado em regime CLT.
Ao apresentar seu pedido de recuperação judicial, a Americanas não incluiu os funcionários no processo. Logo, o valor devido aos funcionários cortados não poderá entrar no processo judicial, e deverá ser pago normalmente pela empresa.