Americanas (AMER3): minoritários devem ir à Justiça contra PwC

Grupo pedirá bloqueio de bens de diretores da auditoria, além de diretores e integrantes da Americanas

Acionistas minoritários da Americanas (AMER3) querem que a PwC, responsável pela auditoria da varejista há três anos, seja responsabilizada por eventual conduta criminosa contra o mercado de capitais. As informações são do jornal “Valor Econômico”.

Segundo a reportagem, o advogado do grupo pedirá à Justiça o bloqueio de bens de diretores da auditoria, além de diretores e integrantes do grupo controlador da Americanas.

Representante de acionistas minoritários da Americanas, o advogado Daniel Geber disse ao Valor que vai acionar o Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo, que há uma semana instaurou uma notícia de fato para apurar suspeita de insider trading na venda de mais de R$ 210 milhões em ações da companhia feita por seus diretores.

Na avaliação do advogado, é impossível que um rombo de R$ 20 bilhões seja resultado de desatenção.

A PwC aprovou as últimas demonstrações financeiras da Americanas, em 2021, sem ressalvas. “Em nossa opinião, as demonstrações contábeis acima referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Americanas S.A. e suas controladas em 31 de dezembro de 2021, o desempenho de suas operações e os seus respectivos fluxos de caixa consolidados”, informou a PwC em fevereiro de 2022. 

A CVM (Comissão Mobiliária de Valores) também entrou com quatro processos para analisar o rombo bilionário da Americanas. 

Americanas entrou com pedido de recuperação judicial

A Americanas entrou, na quinta-feira (19), com pedido de recuperação judicial. As dívidas da varejista somam R$ 43 bilhões e envolvem credores financeiros, trabalhistas e fornecedores.

“O Grupo Americanas confia, portanto, que a recuperação judicial constituirá instrumento capaz de levar à reestruturação de suas dívidas e à adequação de sua estrutura de capital, com absoluto respeito aos direitos e prioridades das diversas categorias de credores, de modo a permitir que possam continuar a exercer suas atividades, gerando, dessa forma, riqueza e empregos, com inegáveis benefícios à comunidade e ao país”, escreveram os advogados da Americanas. 

O caso da Americanas é o quarto maior já registrado no País, perdendo apenas para as recuperações judiciais da Odebrecht (R$ 80 bilhões), Oi (R$ 65 bilhões) e Samarco (R$ 65 bilhões).

Nesta sexta-feira (20), último dia em que as ações da Americanas irão compor os índices da B3, o papel da varejista registrou sua mínima histórica, às 13h45 (de Brasília), cotado a R$ 0,79.