Investigação

Americanas (AMER3): MPF pede extradição de ex-CEO à Justiça de Madri

Acusado de ser o líder do esquema de fraudes, Gutierrez deixou o Brasil em junho de 2023 rumo à Europa

Americanas
Foto: Divulgação / Americanas

O procurador José Maria Panoeiro, que conduz a investigação sobre a fraude na Americanas (AMER3), requisitou ao juiz federal Márcio Carvalho, da 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, a extradição de Miguel Gutierrez, ex-CEO da empresa varejista.

Acusado de ser o líder do esquema de fraudes, Gutierrez deixou o Brasil em junho de 2023 rumo à Europa, fixando residência em Madri e não retornando desde então.

Panoeiro afirmou que, caso a extradição não seja concedida, existe a possibilidade de processar Gutierrez na Espanha, conforme o tratado de cooperação entre os dois países.

Americanas (AMER3): rombo gerou desconfiança generalizada

Maior fraude financeira da história brasileira. É assim que o caso Americanas (AMER3) tem sido identificado pela imprensa e nomes ligados ao mercado financeiro.

Um rombo bilionário de uma das maiores e mais tradicionais varejistas do Brasil não poderia acontecer sem respingar nos pares do setor. Analistas têm chamado atenção para um “efeito cascata”.

Miguel Gomes Pereira Sarmiento Gutierrez, ex-CEO das Lojas Americanas, junto com a ex-diretora Anna Christina Ramos Saicali e outros ex-executivos foram acusados de atuarem em esquema de manipulação dos balanços para ocultar a situação financeira da varejista.

O resultado foi um rombo de aproximadamente R$ 20 bilhões, enquanto a dívida total da empresa em recuperação judicial é de R$ 40 bilhões.

Segundo Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, a  revelação da fraude causou um efeito cascata no mercado, com outras grandes empresas pedindo recuperação judicial devido à saturação do crédito. 

“Embora os mercados de crédito, fundos e bancos soubessem da grande alavancagem da empresa, duas coisas eram inimagináveis: a possibilidade de fraude nos balanços, que eram auditados, e a falta de intervenção imediata dos sócios, que eram as pessoas mais ricas do país, para cobrir déficits e evitar a recuperação judicial com grande deságio e parcelamento”, disse Eyng ao BP Money.

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