Mercado

Americanas (AMER3) propõe aumento de capital de R$ 12 bilhões

Companhia disse que segue em busca de uma solução sustentada que permita a continuidade de suas atividades

A Americanas (AMER3), em recuperação judicial, emitiu fato relevante nesta terça-feira (10) apresentando uma nova proposta que busca equacionar a dívida com seus credores.

Assessorada pelo Rothschild & Co, a companhia propôs aumento de capital de curto prazo, em dinheiro, no valor de R$ 12 bilhões (considerando o financiamento DIP já aportado), a capitalização de dívida concursal por parte dos credores também no valor de R$12 bilhões, emissão de nova dívida para refinanciar parte das dívidas concursais existentes no valor de R$1,875 bilhão e R$8,7 bilhões em dinheiro dedicados à recompra antecipada de dívida concursal com desconto.

De acordo com a varejista, a proposta continua ainda a contar com a previsão de pagamento integral das Classes I e IV e alternativas de pagamento diferenciada para os fornecedores.

No comunicado, a Americanas disse que segue empenhada nas negociações com seus credores financeiros, em busca de uma solução sustentada que permita a continuidade de suas atividades.

Americanas: CPI deu em pizza, mas o que deixa como legado?

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara dos Deputados que se propôs a apurar a fraude fiscal nas Americanas teve fim no último dia 26 de setembro. Por 18 votos a 8, o relatório do deputado Carlos Chiodini (MDB-SC) foi aprovado e não aponta culpados pelas irregularidades contábeis.

A CPI acabou sem indiciar os acionistas de referência da varejista, o trio 3G formado pelos bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, que sempre negaram participação na fraude.

Segundo o jornal “Valor Econômico”, Chiodini optou por não pedir o indiciamento de ninguém da Americanas por falta de tempo para aprofundar as investigações a ponto de individualizar as condutas dos antigos e atuais diretores.

Apesar de ter acabado em pizza, a Comissão teve sua importância. Segundo analistas ouvidos pela BP Money, o principal legado deixado pela investigação é de que o governo demonstrou estar atento a irregularidades fiscais envolvendo grandes empresas.

“Em que pese a CPI da Americanas não tenha resultado em medidas jurídicas diretas, a movimentação realizada pelo Poder Legislativo demonstra, especialmente às empresas listadas na Bolsa de Valores, a busca do governo em fiscalizar a prática de crimes contra o sistema financeiro e ao mercado de valores mobiliários, bem como aprimorar o sistema legislativo de responsabilização e punição de infratores, em fortalecimento da atuação dos órgão competentes, visando a segurança ao investimento e evolução do sistema econômico-financeiro nacional”, avalia Brenno Mussolin Nogueira, especialista da área Insolvência do Rayes e Fagundes Advogados.

Alvaro Bandeira, coordenador da comissão de economia APIMEC Brasil, acredita que os órgãos fiscalizadores ficarão mais atentos para que se evite fraudes deste tipo. “O que dá pra tirar de lição é que analistas, auditores, conselhos de administração e fiscais devem ser mais zelosos com empresas. Evidentemente que quando se quer fraudar é muito difícil que se pegue, já que fazem isso muito bem, mas devem ser mais zelosos e mais inquiridores”, destacou.

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