Americanas (AMER3): PwC nega responsabilidade por rombo

Empresa responsável pela auditoria das contas da Americanas está sendo processada pela Abradecont

A PwC, empresa responsável pela auditoria das contas da Americanas (AMER3), negou ter responsabilidade sobre as “inconsistências contábeis” da varejista. A companhia está sendo processada pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor e Trabalhador (Abradecont).

De acordo com o portal “Bloomberg Línea”, a associação pede o bloqueio de bens da PwC e a proibição de que a empresa divulgue relatórios destinados ao mercado de ações. Além disso, a entidade moveu uma ação civil pública contra a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), pedindo à Justiça que a autarquia seja proibida de aprovar relatórios produzidos pela PwC até que a situação da Americanas seja apurada.

Em resposta à Justiça do Rio de Janeiro, os advogados da PwC argumentaram que a ação tem “caráter sensacionalista” e escreveram que o processo pode causar “colossais prejuízos” para a empresa.

“Nada do que se alega permite formular qualquer juízo, mesmo em tese, a respeito da suposta responsabilidade da PwC pelas inconsistências contábeis identificadas, tudo afastando a probabilidade do direito exigida para a concessão de qualquer medida cautelar”, afirmou a empresa de auditoria na Justiça.

Em nota, a CVM reiterou que a aprovação ou não de relatórios de auditoria não faz parte da sua competência. Além disso, a autarquia montou uma força-tarefa para apurar o caso da Americanas.

Nesta quarta-feira (08), por volta das 13:55 (de Brasília), as ações da Americanas desabavam 17,65%, cotadas a R$ 1,12.

Fundo Verde revela que foi vítima de fraude no caso Americanas

A Verde Asset Management, gerida por Luis Stuhlberger, informou que foi vítima do rombo bilionário da Americanas (AMER3). Em sua carta mensal, a gestora expôs a sua indignação sobre o escândalo financeiro da varejista, embora tenha tido um prejuízo relativamente pequeno com a exposição aos papéis de dívida da varejista – de 14 pontos-básicos na cota do seu principal multimercado.

“Beira o inacreditável que somente 23 dias após o fato relevante, que alguém da companhia, seja na área financeira, seja na alta gestão, tenha sido afastado. Temos a maior fraude da histórica corporativa do Brasil, um buraco de mais de R$ 20 bilhões, e a gestão financeira da companhia (com exceção da recém-empossada CFO) continuou sendo feita pelas mesmas pessoas durante todo o período seguinte”, escreveu a Verde Asset.

O fundo afirma que tem como dever buscar falhas no processo de investimento e aprimorá-lo a partir dos aprendizados desse caso. “Mas estávamos falando de uma companhia com longo histórico, controlado por três acionistas considerados (até então) os melhores gestores de negócios do país, e com balanços auditados por uma das principais empresas do setor”, escrevem.

Para a Verde Asset, o processo de recuperação judicial da Americanas será longo, cujo únicos ganhadores serão os advogados envolvidos. A gestora de Stuhlberger avalia que quanto mais tempo demorar, menor a chance de alguma recuperação relevante para a Americanas, funcionários, fornecedores, credores e acionistas.