Mercado

Americanas (AMER3) rebate acusações do Bradesco em nova manifestação

A varejista alega que a antiga Diretora apresentou um documento em novembro que escondia o volume das dívidas existentes com os bancos

A Americanas (AMER3) protocolou nesta segunda-feira (18) documentos de defesa do processo movido pelo Bradesco (BBDC4). No documento, a companhia afirma que os antigos diretores omitiram informações financeiras.

De acordo com a Americanas, um documento apresentado em novembro do ano passado, pela antiga Diretoria à apreciação do Comitê Financeiro, encobriu o volume real das dívidas existentes com os bancos.

Em relação ao Bradesco, a varejista diz que o endividamento informado nesta planilha era de R$ 989 milhões. Contudo, a dívida com o Bradesco, soma R$ 5 bilhões.

Nesse sentido, a varejista destaca que nos documentos enviados à Justiça há o detalhamento dos pontos que diferenciam o PAF (Programa de Antecipação de Fornecedores) das dívidas com o banco. A Americanas ainda argumenta que o mesmo não tem qualquer relação com o tema risco sacado, como o Bradesco alegou em petição judicial.

A varejista ainda alega que o programa não envolvia credores externos, no entanto, se tratava de uma iniciativa à parte, com caixa autônomo com “plena ciência dos órgãos superiores de governança quanto às auditorias externas”.

“Trata-se, portanto, de financiamento com caixa da companhia e, como tal, não representa dívida junto a bancos, como o Bradesco teve a intenção de qualificar.”

A defesa alega ainda que as projeções da companhia iam bem até julho de 2022. Naquele período, o ex-CEO Miguel Gutierrez teria ficado sabendo que Sérgio Rial, um nome fora daqueles cotados por ele, assumiria seu cargo. Na sequência, haveria uma queda nos rendimentos, mas que, segundo a Americanas, o ex-CEO afirmou se tratar de um evento pontual e não um indicador do rombo.

O Bradesco informou que não irá se manifestar sobre o documento da Americanas. O espaço segue aberto para manifestação.

Americanas (AMER3) envia à Justiça provas contra antiga diretoria

Americanas (AME3R) protocolou nesta segunda-feira (18) nova manifestação ao processo de Produção Antecipada de Provas movido pelo Bradesco (BBDC4) em que traz mais evidências de que a antiga diretoria omitia informações sobre a existência de Risco Sacado.

Uma dessas provas, segundo a varejista, está em uma planilha, que teria sido levada pela antiga diretoria à apreciação do Comitê Financeiro em novembro de 2022 e que escondia o volume real das dívidas existentes com os bancos nesta categoria de empréstimo.

Nesta planilha, o grau de endividamento financeiro bruto era muito menor do que se descobriu ser o verdadeiro valor: perto de R$ 17 bilhões no final de 2022 e com projeção de queda para os anos seguintes. “Uma simples comparação com o Quadro Geral de Credores mostra essa distorção. No caso do Bradesco, por exemplo, o endividamento informado nesta planilha era de cerca de R$ 989 milhões, enquanto a dívida do Banco, incluindo o Risco Sacado, equivale a cerca de R$ 5 bilhões, segundo a lista que consta no processo de Recuperação Judicial”, diz a Americanas.