Americanas (AMER3) tem dívida de R$ 40 bi e deve pedir RJ

Segundo coluna do Lauro Jardim, do "O Globo", a Americanas recebeu um prazo de 30 dias para pedir recuperação judicial

A medida de tutela de urgência cautelar pedida pela Americanas (AMER3) foi concedida nesta sexta-feira (13) pelo juiz da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, Paulo Assed. A decisão suspende qualquer possibilidade de um bloqueio ou penhora de bens da varejista e adia a obrigação da companhia de pagar suas dívidas até que um provável pedido de recuperação judicial seja feito à Justiça. As informações são do blog do Lauro Jardim, do jornal “O Globo”.

Assed deu um prazo de 30 dias para que a Americanas peça recuperação judicial. No pedido de tutela, a varejista relatou ter descoberto um rombo contábil de R$ 20 bilhões que pode acarretar “no vencimento antecipado e imediato de dívidas em montante aproximado de R$ 40 bilhões”.

Nesta sexta-feira, os papéis da Americanas avançaram 15,81%, cotados a R$ 3,15.

Americanas (AMER3): minoritários pedem investigação sobre PwC

A Americanas (AMER3) foi denunciada nesta sexta-feira (13) pela Abradin, associação que reúne minoritários de empresas de capital aberto. Em documento levado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a agremiação pediu uma apuração de responsabilidades sobre a revelação pela varejista na quarta-feira (11) de problemas contábeis da ordem de R$ 20 bilhões.

A denúncia, que foi assinada pelo presidente da associação, Aurélio Valporto, pede que as apurações englobem a empresa de auditoria PwC, responsável por analisar os balanços contábeis da Americanas.

“Chamou muito a atenção da Abradin a absoluta imperícia da empresa auditora, a PwC, bem como a omissão do conselho fiscal da empresa. Custa-nos, ainda, acreditar que tal fato seria desconhecido das administrações anteriores e mesmo de seus acionistas controladores”, afirmaram os minoritários no documento entregue à CVM.

A Abradin ainda pede que sejam aplicadas as punições administrativas cabíveis aos responsáveis pelo rombo bilionário e que as investigações conduzidas pela área técnica da autarquia sejam encaminhadas ao Ministério Público “a fim de que as devidas medidas judiciais sejam tomadas”.

“Chamar de ‘inconsistências’ os fatos relatados não passa da tentativa de emplacar um eufemismo para uma fraude multibilionária que não só destruiu patrimônio dos acionistas da companhia como, e principalmente, mina a credibilidade do mercado de capitais brasileiro, afugentando investidores justamente em um momento em que a economia nacional tanto precisa de investimentos diretos na produção para retomar sua trajetória de crescimento”, escreveu a entidade na denúncia contra a Americanas.