A Americanas (AMER3) divulgou, nesta segunda-feira (26), seus resultados referentes aos nove primeiros meses de 2023. Embora os números tenham sido considerados negativos pelos analistas, os executivos da empresa defenderam uma perspectiva positiva, destacando o contexto atual da companhia após a revelação da fraude há mais de um ano e a recente homologação da recuperação judicial pela Justiça durante o evento.
“Os resultados dos nove meses de 2023 refletem as dificuldades, como ruptura de estoque, despesas extraordinárias com assessores, desmobilização de lojas, rescisão com funcionários, e por aí vai”, afirmou Leonardo Coelho, CEO da varejista, em teleconferência no fim da manhã desta segunda.
“A margem bruta, no entanto, aponta para uma recuperação, bem como de outros KPIs [indicadores-chave de desempenho, na sigla em inglês]”, completou o CEO da Americanas.
“Na medida que a gente evoluiu nas negociações com os nossos fornecedores parceiros, o abastecimento começou a se normalizar e a nossa performance reagiu. Voltamos a ter resultados mais normais, principalmente a partir do terceiro trimestre”, comenta CEO sobre o o fato de a companhia ter conseguido manter as vendas estáveis nas suas lojas físicas.
Comportamento da Americanas em 2023
Ainda segundo o executivo, a Americanas apostou, em meio às dificuldades, nas categorias mais assertivas. O executivo explicou que a postura conservadora adotada imediatamente após o surgimento da crise levou a um aprofundamento do mix, tornando-o mais focado em conveniência e com menos variedades de categorias.
Além disso, essa abordagem foi crucial para gerar fluxo de caixa, juntamente com os investimentos dos principais acionistas, permitindo que a empresa retomasse uma postura mais audaciosa. Ainda do lado conservador, a varejista afirmou enxergar fechamentos de lojas ao longo de 2024, sendo que, no ano passado, foram quase 100 unidades com suas operações encerradas.
“O que temos feito é analisar, de maneira pragmática, as lojas, para ter certeza de que não conseguimos recuperá-las antes de partir para o fechamento”, explica.
No digital, o CEO defende que a Americanas continuou – e continuará – perseguindo zerar os prejuízos. Eles reduziram ao longo de 2023 as categorias presentes e-commerce (1P), acompanhando apenas aquilo visto nas lojas para diminuir capital de giro, deixando para o marketplace o conceito de “prateleira infinita”.
“Sellers do canal digital, de qualquer forma, estavam com medo de usar nossa plataforma, tremendo não serem pagos. A crise de confiança, porém, foi passando ao longo dos trimestres”, fala Coelho.
No âmbito digital, o CEO enfatizou que a Americanas manteve e continuará a busca por eliminar prejuízos. Durante 2023, eles reduziram as categorias disponíveis no e-commerce (1P), alinhando-se apenas com o que é observado nas lojas físicas para reduzir o capital de giro, enquanto deixam para o marketplace o conceito de uma “prateleira infinita”.