Americanas (AMER3) contrata Rothschild para renegociar dívidas

“A Americanas reforça seu compromisso na busca de uma solução de curto prazo com os seus credores”, disse a varejista

A Americanas (AMER3) informou nesta segunda-feira(16) que seu conselho de administração contratou a Rothschild & Co, para atuar como interlocutora da varejista na renegociação da dívida, a nível Brasil e internacional.

“A Americanas reforça seu compromisso na busca de uma solução de curto prazo com os seus credores”, escreveu em fato relevante à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Nesta segunda-feira (16), por volta das 15:25 (de Brasília), as ações da Americanas despencavam 41,59%, cotadas a R$ 1,84. 

Americanas: BTG diz que rombo é maior fraude corporativa do País

O BTG Pactual (BPAC11) classificou o rombo de R$ 20 bilhões da Americanas (AMER3) como “a maior fraude corporativa de que se tem notícia na história do país”. Recentemente, o banco entrou com uma ação na Justiça contra a decisão que suspendeu a cobrança de dívidas da varejista por 30 dias.

Na última sexta-feira (13), a medida de tutela de urgência cautelar pedida pela Americanas foi concedida pelo juiz da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, Paulo Assed. A decisão suspendeu qualquer possibilidade de um bloqueio ou penhora de bens da varejista e adiou a obrigação da companhia de pagar suas dívidas até que um provável pedido de recuperação judicial seja feito à Justiça. 

De acordo com o “Bloomberg Línea”, o BTG entrou com um agravo de instrumento na segunda instância do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) na qual pede o efeito suspensivo da liminar concedida à Americanas. A instituição executou um débito de R$ 1,2 bilhão da varejista na sexta-feira.

No agravo, o banco alega que os credores não devem ser prejudicados e cita o suposto patrimônio de R$ 180 bilhões de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, principais acionistas da varejista.

No entanto, o desembargador de plantão no TJ-RJ, Luiz Roldão de Freitas Gomes Filho, rejeitou no domingo (15) o agravo da instituição financeira, apesar de não ter entrado no mérito do pedido.

“A medida aqui pleiteada pode ser perfeitamente realizada no horário normal de expediente forense, já que, ao menos no âmbito deste plantão judiciário, inexiste situação de demora que possa resultar risco de grave prejuízo ou de difícil reparação ao recorrente”, afirmou. 

Em seu pedido à Justiça, o BTG acusou o trio de acionistas principais da Americanas de leniência. Na ação, a empresa afirma ainda que a varejista tentou resgatar cerca de R$ 800 milhões em investimentos na tarde de quarta-feira (11), três horas antes da divulgação das inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões.