Americanas (AMER3) tenta desbloquear R$ 207 milhões do banco BV

Banco Votorantim alega não ter acesso ao pedido e diz que varejista está fazendo manobras jurídicas para evitar o contraditório, diz jornal

A Americanas (AMER3) tenta desbloquear na Justiça R$ 207,1 milhões que estão sob custódia do Banco Votorantim (BV) e, segundo o jornal InfoMoney, a instituição financeira alega que não teve acesso ao pedido da varejista. Segundo o BV, a Americanas fez uma manobra jurídica para evitar ser questionada pelo banco.

O dinheiro está depositado em uma conta judicial no Banco Votorantim. Ele, como um dos credores da varejista, tenta liquidar esse montante de sua dívida e criticou o pedido da varejista. “Não é a primeira vez, neste processo, que as Recuperandas [Americanas S.A.] buscam fugir do contraditório. Porque já obtiveram êxito na manobra imoral praticada nas duas oportunidades anteriores”, escreveram os advogados do BV.

Ainda de acordo com o jornal, o juiz Paulo Assed, responsável pela RJ da empresa, determinou que a varejista comprove a necessidade e a destinação do recurso, assim como já foi determinado pela Justiça. O BV alega que o pedido feito pela Americanas corre em segredo de Justiça, de forma que nem mesmo o banco consegue acessar o processo.

“Não bastasse a ocultação – que as investigações em curso dirão se foi fraudulenta – de um rombo contábil que chegou aos R$ 40 bilhões, o Grupo Americanas ainda insiste em ocultar dos seus credores todas as medidas importantes que adota nestes autos. Trata o processo de recuperação judicial como se fosse sua própria contabilidade: às escuras”, completou o BV.

Americanas (AMER3) afasta diretores

A Americanas (AMER3) informou, na noite desta sexta-feira (3), que decidiu afastar os diretores Anna Christina Ramos Saicali, José Timotheo de Barros e Márcio Cruz Meirelles de todas as suas funções e atividades na companhia e suas controladas, durante o curso das apurações do rombo.

Além dos diretores, outros três executivos, Fábio da Silva Abrate (ex-diretor de RI da B2W e diretor da Ame), Flávia Carneiro (que atuava na controladoria) e Marcelo da Silva Nunes (ex-diretor financeiro da B2W) foram afastados.

“[…] várias medidas foram implementadas com o objetivo de garantir a integridade da preservação de informações e documentos da Companhia, tudo com o objetivo de contribuir plenamente com as apurações em curso e autoridades envolvidas […]”, comunicou a empresa em fato relevante.

O anúncio das inconsistências contábeis encontradas no valor de R$ 20 bilhões foi divulgado no dia 11 de janeiro. Nesta quarta-feira (1º), a coluna do jornalista Lauro Jardim do jornal O Globo divulgou que os 2 administradores judiciais da Americanas, os escritórios de advocacia Zveiter e Bruno Rezende, informaram à 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que a dívida total da companhia soma R$ 47,9 bilhões.

 

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