A Americanas (AMER3) busca uma trégua na Justiça com seus principais bancos credores, que têm mais de R$ 16 bilhões em empréstimos. De acordo com o “Broadcast”, no fim da semana passada, a empresa pediu, juntamente com o BTG (BPAC11), uma suspensão de 30 dias na tramitação de um conflito de competência aberto em janeiro a pedido do banco.
A intenção é buscar bandeira branca em todos os demais processos e há bancos interessados no tratado. Porém o Bradesco (BBDC3;BBDC4) tem se mostrado mais resistente. Pelo menos mais um banco credor já sinalizou que pode dar uma trégua, de acordo com fontes.
Nesta segunda-feira (20), por volta das 16:40 (de Brasília), as ações da Americanas avançavam 7,69%, cotadas a R$ 1,12.
Americanas: proposta de R$ 10 bi chega aos credores
No dia 6 de março, a Americanas formalizou uma proposta de capitalização de R$ 10 bilhões para os bancos credores. Apesar disso, algumas instituições monetárias acreditam que o montante não será suficiente para solucionar a crise da varejista. A informação é do jornal “Valor Econômico”.
Segundo o “Valor”, ainda não há um consenso entre os bancos sobre qual deve ser o valor mínimo da injeção de capital na Americanas, que passa por um processo de recuperação judicial. Segundo a reportagem, é esperado que uma nova rodada de reuniões ocorra até a próxima semana.
Para os bancos, a capitalização é o ponto de partida para as negociações sobre a crise na Americanas. De acordo com o “Valor”, já é praticamente certo que, ao final do processo, as instituições financeiras serão acionistas relevantes da varejista.
Ex-CEO diz que contrato era 100% regular
O ex-CEO da Americanas, Sergio Rial, emitiu nota neste sábado (18) reagindo à abertura de mais um processo pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na sexta-feira (17) no âmbito do escândalo que envolveu a varejista.
A apuração vai analisar eventuais irregularidades a respeito do recebimento por Rial de remuneração paga pela varejista no período entre o anúncio de sua escolha como CEO, em agosto de 2022, e sua efetiva posse no cargo, em janeiro de 2023.
“Esclareço que estou à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos a todas as autoridades com a mais absoluta tranquilidade, e afirmo categoricamente que o contrato em questão firmado com a Americanas foi 100% regular, assim como todo o trabalho que desenvolvi nos quatro meses de sua vigência que antecederam minha posse com CEO, em 2 de janeiro passado”, disse Rial em nota.
O executivo afirmou, ainda, que eventuais informações devem ser verificadas com os responsáveis pelas relações com investidores na época da celebração do contrato de consultoria, que visava a transição de um CEO que conduziu as Americanas por 20 anos.