Como estratégia para gerar caixa e sustentar pagamentos do plano de recuperação judicial, a Americanas (AMER3) começou um movimento para estabilizar seu ciclo de caixa, para conseguir se financiar com a indústria.
Camille Faria, chefe da área financeira da Americanas, disse, após teleconferência de resultados, que houve avanço no processo de forma melhor que a projetada, porque aumentou a proporção de fornecedores que entraram no plano de recuperação da empresa (de 60% para 80% da base).
Além disso, a oferta de produtos passou a ser dentro das condições normais de mercado. Com isso, a Americanas consegue normalizar estoques e os pagamentos aos fornecedores em prazos de até 60 dias.
Do total de fornecedores da empresa, cerca de 85% estão com prazos de pagamento para a empresa em torno de 60 dias, de acordo com o “Valor”.
“Dessa forma, a empresa vem se financiando por meio da indústria, e gerando caixa para pagamentos que se comprometeu”, disse ela. De janeiro a junho, a Americanas gerou cerca de R$ 1,7 bilhão em caixa.
Americanas (AMER3) planeja novo formato de vendas online
Além disso, Leonardo Coelho, o presidente do grupo, disse que a empresa vai estruturar um modelo de venda on-line diferente dos dois centrais existentes no mundo, de acordo com o veículo.
A venda por gigantes do marketplace (Amazon, Mercado Livre) e plataformas online de nicho estão nesses dois principais.
“Nós estudamos vários formatos e iremos para um modelo em que eu agrego valor ao ‘seller’ [lojista], disponibilizando a ele dados de suas vendas e dando a ele acesso a tráfego de qualidade e à logística”, disse Coelho.
A relevância dessa questão está no fato da operação digital da Americanas ter reduzido neste ano. Porém, a empresa mantém negócio físico importante e a rede precisa ter um braço digital ainda competitivo, para não perder lojistas que vendem na plataforma — que é o foco de sua operação on-line daqui para frente. Isso envolve oferecer aos lojistas diferenciais da Americanas que o mercado não possa oferecer, explicou Coelho.