O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) estuda lançar uma linha de crédito para fornecedores do grupo Americanas (AMER3) para amortizar o impacto da crise na varejista. A novidade foi anunciada pelo presidente do órgão estatal, Aloizio Mercadante.
Para lançar uma linha de crédito para os fornecedores da companhia de varejo, o BNDES precisaria diversificar o leque de opções de crédito com um redutor na NTN-B de cinco anos, que remunera a taxa do banco, a TLP. Tudo isso passaria por uma proposta a ser enviada pelo Ministério da Fazenda ao Congresso Nacional.
“A crise da Americanas aponta para uma retração de crédito, que apareceu no balanço dos bancos, e para a necessidade de fazermos parcerias com outros bancos públicos e privados. O BNDES também pretende discutir esta linha com a Febraban. Para isso precisamos de mais instrumentos”, afirmou Mercadante, ao jornal “Valor Econômico”.
Nesta quarta-feira (15), por volta da 15:50 (de Brasília), as ações da Americanas avançavam 3,60%, cotadas a R$ 1,15.
Americanas (AMER3) tentará renegociar dívidas com bancos credores
A Americanas (AMER3) deve apresentar uma nova proposta de renegociação de dívidas aos bancos credores na próxima quinta-feira (16). A informação é do jornal “Valor Econômico”.
De acordo com o “Valor”, os credores irão se reunir com o banco Rothschild, que está assessorando a varejista, e a 3G Capital, empresa de investimentos de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, trio de acionistas de referência da Americanas.
Os bancos defendem não haver espaço para negociação caso não haja um aporte relevante de recursos por parte de Lemann, Telles e Sicupira.
Segundo a última lista de credores da recuperação judicial, Americanas possui dívidas com mais de 9,7 mil empresas ou pessoas, totalizando R$ 42,5 bilhões.
Americanas (AMER3): CVM diz que rombo é “gravissímo”
O presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Nascimento, voltou a falar sobre o rombo da Americanas (AMER3) na última terça-feira (14). Durante o CEO Conference, do BTG Pactual, o executivo não citou nominalmente a varejista, porém afirmou que a autarquia está lidando com um “caso gravíssimo”.
De acordo com Nascimento, a estrutura de governança da CVM é absolutamente rigorosa, e que nem ele, nem o restante do colegiado estão envolvidos nas investigações que envolvem a Americanas.
“O caso é rumoroso e demanda uma resposta eficiente. A CVM terá rigor técnico e, com responsabilidade, não vamos poupar quem tenha cometido ilícitos que sejam capazes de fragilizar o mercado”, afirmou o presidente da autarquia sobre a Americanas.