O CEO das Americanas (AMER3), Leonardo Coelho, em entrevista para a “Veja”, isentou o trio de acionistas, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira do rombo contábil de R$ 25 bilhões.
Coelho diz que a fraude foi arquitetada por executivos de alta liderança, mas ele negou qualquer envolvimento de Lemann, Telles e Sicupira, três dos homens mais ricos do Brasil, que compõem o famoso trio 3G, controladores da 3G Capital e principais acionistas da varejista.
“[Lemann, Telles e Sicupira] estavam muito presentes, sim. Mas os números eram enviesados pela alta liderança. É como pilotar um avião e o marcador falar que estamos a 10 mil pés, mas o correto é 1 mil pés. A fraude estava no nascedouro”, disse Coelho.
Notícias Relacionadas
Tragédia no RS
Caixa libera FGTS para trabalhadores afetados no RS
Liberação da modalidade, conhecida como saque-calamidade, pode ser solicitada ao banco público por meio do aplicativo FGTS
Combustíveis
Preço do diesel e do GLP ficam estáveis na semana; gasolina sobe 0,5%
Já a gasolina apresentou leve alta, de 0,5%; preço médio do litro no País ficou em R$ 5,87 no período
Os balanços das Americanas eram fraudados há pelo menos 10 anos. O executivo disse que muita gente do departamento financeiro participou da fraude junto à alta liderança das Americanas para criar um lucro fictício.
Um comitê independente contratado pelas Americanas investiga o caso e deve divulgar os resultados em breve. “Teremos a revelação dos motivadores da fraude. A partir disso, a Polícia Federal e o Ministério Público terão capacidade de nos surpreender mais adiante”.
O CEO da varejista disse que vai buscar a responsabilização criminal dos suspeitos. “Se a investigação apontar crime, vamos para cima. No mínimo, vamos entrar com um pedido de ressarcimento. Temos obrigação estatutária de zelar pela Americanas”.
Americanas finaliza 950 contratos e fecha 4 Lojas no fim de 2023
Durante o intervalo compreendido entre 25 e 31 de dezembro, a Americanas tomou medidas significativas, resultando no término de mais de mil colaboradores, predominantemente contratados temporários, e no fechamento de quatro estabelecimentos.
Esse processo incluiu a finalização de 950 contratos de trabalho temporários ligados à temporada de Natal, além de 180 solicitações de saída, o encerramento de 40 contratos de experiência e 18 desligamentos involuntários.
A empresa, que mantém um quadro de 32.486 funcionários sob o regime CLT, esclareceu que ocorreram também 15 contratações no mesmo período. Além disso, ressaltou que o número absoluto de desligamentos está alinhado com os registros prévios à declaração de recuperação judicial.
A quantidade total de lojas da Americanas em 31 de dezembro totalizava 1.754, equivalendo a 93,2% do total prévio ao momento de crise enfrentado pela companhia. Durante a última semana do ano, houve o fechamento de quatro desses estabelecimentos.
O relatório divulgado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) indicou que, no mesmo período, a empresa realizou pagamentos no valor de R$ 311 milhões e obteve um total de R$ 429 milhões em recebimentos.
