Futuro da Americanas é de mais dívidas e follow-on, diz Warren

Casa de análise enxerga risco ‘relativamente baixo’ de quebradeira na Americanas

O futuro da Americanas (AMER3) após o rombo de R$ 43 bilhões nas contas deve ser de follow-on (nova emissão de ações), dívidas a longo prazo e redução no atual patamar de investimento próprio, de acordo com análise da Warren.

Segundo a casa, é de se esperar que a Americanas reduza seu atual patamar de investimento próprio (capex), dificulte as condições de pagamento para clientes e seja obrigada a levantar mais dívidas de longo prazo, além de fazer um follow-on, com o intuito de arcar com suas obrigações e ajustar o balanço.

O reconhecimento da dívida deve levar o valor patrimonial da Americanas para valores negativos e um salto na despesa financeira. 

Ainda, na visão da Warren, os principais sócios e credores da companhia terão que realizar novos aportes e renegociar a dívida com os bancos.

“Não há risco de vencimento antecipado dos títulos da dívida ou crise de liquidez, uma vez que 92% do endividamento não possui covenants (garantias) e o prazo mais relevante é 2025”, disse a casa em relatório.

Na avaliação do hub de análise, também é bastante provável que demissões em massa e cortes de despesas afetem a Americanas. No entanto, a empresa deve continuar operacional, com risco relativamente baixo de quebradeira, segundo a Warren.

As inconsistências contábeis da Americanas

“É bem comum que empresas de varejo, que possuem uma necessidade de capital de giro elevada, procurem bancos com o intuito de antecipar dívidas com fornecedores, que muitas vezes são denominadas no balanço como ‘contas a pagar’”, explicou a Warren.

Com esse movimento, a empresa troca uma obrigação com seu fornecedor por uma dívida com um banco e essa dívida deve ser reconhecida no balanço patrimonial da companhia. 

“A inconsistência encontrada aponta que a Americanas contabilizava tais financiamentos com os bancos como obrigações a serem sanadas com fornecedores e os juros pagos entravam no balanço como uma redução desse montante”, disse a casa em relatório.

Dessa forma, o balanço da Americanas indicava um endividamento muito menor e resultados bem mais fortes em termos de lucro líquido reportado, finalizou a Warren.

Nesta segunda-feira (23), por volta das 17h30 (de Brasília), as ações da Americanas (AMER3) operavam em alta de 11,27%, a R$ 0,79.

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