Efeito Americanas (AMER3)? Magalu (MGLU3) deverá ter 1T23 fraco

O Magazine Luiza irá apresentar seu balanço do 1T23 nesta segunda-feira (15)

O Magazine Luiza (MGLU3) divulga seu balanço do primeiro trimestre do ano nesta segunda-feira (15). O resultado é aguardado por muitos investidores, que querem ver o impacto do rombo contábil da Americanas (AMER3) no balanço trimestral da varejista. Além disso, vários agentes financeiros desejam ver como as finanças da empresa de Luiza Trajano estão se comportando neste início de 2023 em meio ao atual cenário macroeconômico brasileiro. 

Na visão de Ariel Fernandes, analista CNPI e CEO da TSR Trading, o Magalu deverá ter mais um balanço trimestral frágil, fortemente afetado pelos juros altos e pela inflação.

“As expectativas para este primeiro trimestre do Magalu não são das melhores, tendo em vista a desaceleração do consumo por conta dos juros altos e da inflação. Além disso, a varejista não tem conseguido enfrentar a concorrência e vem diminuindo sua participação através das vendas pela internet”, afirmou Fernandes ao BP Money.

Ricardo Brasil, fundador da Gava Investimentos, acredita que o Magazine Luiza irá reportar prejuízo neste primeiro balanço de 2023, o sexto seguido. Entretanto, o analista reitera que a varejista poderá surpreender os investidores e registrar uma melhora nas suas margens, aproveitando o espaço deixado pela Americanas, que atualmente enfrenta um processo de recuperação judicial.

“É esperado que o Magalu tenha mais um prejuízo neste primeiro trimestre. No entanto, a minha expectativa é que suas margens melhorem em relação ao ano anterior, pois ela deverá herdar um pouco do espólio das Americanas. Outro ponto que pode influenciar positivamente no seu resultado trimestral é a suspensão da cobrança do Difal do ICMS, que está sendo discutida no STF”, argumentou Brasil.

De acordo com Bruno Komura, analista da gestora de recursos Ouro Preto, o resultado trimestral da Magalu deverá ser um pouco melhor em relação aos trimestres anteriores. Segundo o especialista, a tendência é que a empresa de varejo aproveite a crise da Americanas, reportando uma melhora do take rate (tarifa paga a um marketplace para usar sua estrutura), do 3P (modelo que permite que outras empresas vendam produtos em sua loja virtual utilizando sua marca) e do GMV ( volume bruto de mercadoria).

“Penso que os resultados do Magazine Luiza devam melhorar em relação aos trimestres passados. A crise e o espaço deixado pela Americanas deve fazer com que a empresa reporte um aumento no take rate, no 3P e no GMV. No entanto, a alavancagem deverá ser problema mais uma vez”, relatou Komura.

Magalu (MGLU3) teve prejuízo de R$ 35,9 mi no 4T22

O Magazine Luiza (MGLU3) reportou prejuízo de R$ 35,9 milhões no quarto trimestre de 2022, revertendo lucro de R$ 93 milhões no mesmo período de 2021. Foi o quinto resultado negativo seguido do Magalu, com a série tendo início desde o quarto trimestre de 2021.

Entre outubro e dezembro de 2022, as vendas totais feitas pelo Magazine Luiza somaram R$ 18 bilhões, com crescimento de 15,5% na comparação anual. No e-commerce, as vendas totalizaram R$ 12,9 bilhões, alta  anual de 15,9%, impulsionada pela Copa do Mundo e Black Friday.

A receita líquida, por sua vez, somou R$ 17,959 bilhões no último trimestre de 2022, avanço de 15,5% ante o resultado obtido um ano antes.

Já o Ebitda ajustado atingiu R$ 673,7 milhões nos últimos três meses de 2022, alta de  176,7% em relação ao mesmo trimestre em 2021. A margem Ebitda ajustada do Magalu atingiu 6% no período, avanço de 3,4 pontos percentuais em comparação com o mesmo período do ano anterior.

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