Rial diz que descobriu rombo logo após assumir presidência

Rial afirma que descobriu o rombo após conversar com diretores da Americanas logo depois de assumir a presidência

O ex-presidente da Americanas (AMER3), Sergio Rial, afirmou nesta terça-feira (17) que descobriu o rombo de R$ 20 bilhões da varejista após conversar com diretores da companhia logo depois de assumir o cargo.

Em um post publicado na manhã desta terça-feira no LinkedIn, Rial revelou que, quando chegou à Americanas, em 2 de janeiro de 2023, passou a conversar com executivos da varejista. “Nessas conversas, informações e dúvidas foram compartilhadas e com o natural aprofundamento para entendê-las e dar-lhes direcionamentos conjuntamente com o novo CFO [diretor  financeiro], André Covre. [Assim], chegamos ao quadro do fato relevante com transparência e fidedignidade”, escreveu.

Nos últimos dias, surgiram especulações de que Rial, que foi indicado CEO da Americanas em setembro de 2022, já soubesse do rombo. No entanto, o ex-presidente da companhia nega as insinuações. “Quaisquer especulações ou teorias distintas disso são leviandades. Eu jamais transigiria com a minha biografia”, escreveu. 

Ainda no post, Rial afirma que foi para a Americanas motivado por “um projeto de crescimento onde consumidor, tecnologia, marketing, entre outras competências se entrelaçavam”.

Nesta terça-feira (17), por volta das 14:05 (de Brasília), as ações da Americanas avançavam 3,09%, cotadas a R$ 2,00. 

Americanas (AMER3): bancos rejeitam ações como pagamento

As negociações para a rolagem da dívida da Americanas (AMER3) com os bancos ficaram ainda mais estremecidas após as instituições financeiras se recusarem a se transformar em acionistas da companhia. A percepção dos negociadores foi a de que a empresa tenta “dividir a conta”.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, uma das propostas colocadas à mesa era a de que os sócios injetassem R$ 6 bilhões na companhia e que os bancos credores entrassem com outros R$ 6 bilhões. A dívida da Americanas está estimada em R$ 40 bilhões.

A injeção do montante daria às instituições uma fatia acionária da companhia, numa conversão proporcional às dívidas com cada banco. Em termos nominais, os mais expostos são Bradesco, Santander, Itaú, Safra e BTG, que, na semana passada, tentou congelar um depósito de R$ 1,2 bilhão da companhia.

Os bancos querem que os acionistas de referência – Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira – desembolsem algo entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões.     

Ainda de acordo com a publicação, um banqueiro afirmou que um valor inferior ao estipulado não seria nem cogitado.