Após quase dois anos de indas e vindas, a venda da operadora de saúde Amil, deve ser definida nesta semana. De acordo com a colunista Míriam Leitão, do “O Globo”, a expectativa é que antes do Natal o United Hetalth Group (UHG) faça a operação.
Segundo a publicação, o fundo de investimentos americano Bain Capital parece ser o mais forte candidato para a compra da empresa, mas José Seripieri Filho, mais conhecido como Junior, fundador da Qualicorp, continua no páreo.
Segundo fontes envolvidas na negociação, havia propostas abaixo e acima dos R$ 10 bilhões desembolsados pela gigante americana ao adquirir, em 2012, a empresa da família Bueno, sua fundadora e atual controladora da Dasa, que teria sido uma das interessadas na aquisição, mas que já não estaria mais na disputa. Pessoas próximas ao negócio, dizem que agora o range do negócio está entre R$ 2 bilhões e R$ 4 bilhões.
A gigante de investimentos Bain Capital zerou sua posição na operadora de planos de saúde Hapvida (HAPV3), em agosto, com a venda de R$ 1,3 bilhão em ações em bloco na bolsa. Para a negociação com a Amil, a empresa contaria com Irlau Machado Filho, ex-presidente da NotreDame Intermédica, que deixou a Hapvida em maio deste ano.
José Seripieri Filho, mais conhecido como Junior, fundou a Qualicorp, em 1997, maior administradora de benefícios do país, da qual saiu em 2019, iniciando uma nova empreitada com o lançamento da operadora Qsaúde logo em seguida. A QSaúde também já foi vendida pelo empresário que estaria em busca de um novo negócio no setor.
Desde janeiro de 2022, comentava-se no mercado que o BTG teria sido contratado pelo UHG para capitanear a saída do grupo do Brasil. Mudanças na liderança da companhia e novas iniciativas, como o retorno da venda de planos individuais, em maio deste ano, porém, pareciam ter mudado o enredo dessa novela. Mas nos últimos meses as negociações, andaram e no fim de outubro expirou o prazo para envio das propostas a Minnesota.
O UHG tentou uma operação de venda em separado da deficitária carteira individual da Amil, no início do ano passado. A operação criou danos à imagem e problemas com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que acabou suspendendo a transferência de mais de 340 mil usuários. A má sucedida operação levou ao grupo americano a decidir que só negociaria a venda de toda a sua operação no Brasil.
A Amil que tem uma carteira de cerca de três milhões de usuários em planos médicos e pouco mais de dois milhões em odontológicos, 19 hospitais e 52 unidades de atendimento, como ambulatórios e centros de diagnóstico. Ainda está na negociação a Rede Americas que contabilizar 28 centros médicos e clínicas, sete centros de excelência e 12 hospitais.
Tanure desiste de comprar
Em novembro, o investidor Nelson Tanure, acionista de empresas como Prio (PRIO3), Light (LIGT3) e Gafisa (GFSA3), teria desistido da disputa pela aquisição da Amil e da rede de hospitais, na fase final do processo, segundo informações divulgadas pelo colunista Lauro Jardim d’O Globo.
Tanure teria expressado que as demandas estabelecidas pelo UnitedHealth Group (UHG) não eram consideradas razoáveis.
Ainda segundo Lauro Jardim, o BTG Pactual, encarregado pelo grupo para se desfazer da operação no Brasil, teria comunicado aos potenciais interessados na semana passada que a data-limite para a apresentação de ofertas vinculantes seria em 1º de dezembro.
Sendo assim, entre as principais candidatas para a transação, está a Bain Capital, que apresentou uma oferta preliminar pelos ativos em outubro, segundo o Jardim.