A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) informou que, dos 2,6 milhões de endereços afetados pela falta de energia na cidade de São Paulo e em municípios do interior devido às chuvas e ventos fortes na última sexta-feira (11), 2,1 milhões estão na área de atuação da Enel.
A Aneel declarou que a empresa será intimada imediatamente a fornecer explicações, alertando que poderá reavaliar a concessão e recomendar sua “caducidade” ao Ministério de Minas e Energia caso não apresente uma solução rápida e eficiente para a normalização do serviço.
Em comunicado, a Enel informou que, dos 2,1 milhões de consumidores afetados, 650 mil já tiveram o fornecimento de energia restabelecido. No entanto, a empresa não forneceu um prazo para a solução completa do problema no Estado. Além da capital, os municípios mais impactados incluem Taboão da Serra, Cotia, São Bernardo do Campo, Santo André e Diadema.
No início de novembro do ano passado, um apagão provocado por um temporal também deixou quase 4 milhões de endereços sem energia em São Paulo. Na ocasião, o serviço levou uma semana para ser totalmente restabelecido após o evento climático extremo.
Enel: Ministro critica Aneel e fala em fim de concessão
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, estabeleceu uma sala de situação para gerenciar o apagão em São Paulo e cobrou da Aneel(Agência Nacional de Energia Elétrica) uma ação mais ágil, exigindo que a distribuidora Enel acelere o restabelecimento do fornecimento de energia na região metropolitana.
Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), a Aneel tem demonstrado falhas na fiscalização da distribuidora, já que os problemas envolvendo a Enel ocorrem repetidamente em São Paulo e em outras áreas sob a concessão da empresa.
“Mostrando novamente falta de compromisso com a população, a agência reguladora não deu qualquer andamento ao processo que poderia levar à caducidade da distribuidora, requerido há meses pelo Ministério, o que deve ensejar a apuração da atuação da Aneel junto aos órgãos de controle”, disse em nota.
O MME também destacou que não há qualquer sinalização de renovação da concessão da Enel em São Paulo, e que a falta de uma investigação adequada por parte da Aneel é inaceitável.