Apple mexe no topo e contrata executiva-chave da Meta
Foto: Apple/Divulgação

A Apple anunciou uma nova etapa de sua reestruturação executiva com a chegada de Jennifer Newstead, atualmente diretora jurídica da Meta, ao cargo de conselheira-geral da companhia.

A movimentação, que passa a valer em 1º de março de 2026, marca uma troca de liderança em um momento sensível para a fabricante do iPhone, que lida com disputas regulatórias e ajustes internos.

Além disso, a norte-americana Jennifer Newstead assumirá as funções hoje ocupadas por Kate Adams, que está em processo de transição. Além de comandar a área jurídica, Newstead também ficará responsável pelos temas governamentais, ampliando sua influência nas decisões estratégicas da companhia.

Apple reforça liderança jurídica e política

A mudança ocorre em paralelo à aposentadoria de Lisa Jackson, que deixará a Apple no fim de janeiro. Jackson supervisionava políticas ambientais, sociais e de governança, áreas que agora passarão a responder ao diretor de operações Sabih Khan.

O movimento atual se soma a um ciclo mais amplo de trocas na liderança da Apple. Em novembro, o diretor de operações Jeff Williams, braço direito de Tim Cook por anos, deixou a empresa. No mesmo período, o designer Alan Dye anunciou sua saída rumo à Meta, onde atuará no desenvolvimento de novos dispositivos.

Sendo assim, a contratação de Newstead quebra um padrão observado nos últimos anos: a Apple raramente busca lideranças vindas da Meta, e, desta vez, faz exatamente o oposto do fluxo mais comum do mercado.

Perfil da nova conselheira e vitórias jurídicas recentes

Com passagem pelo Departamento de Estado dos EUA, Newstead ingressou no Facebook em 2019, antes da mudança para a marca Meta.

Na empresa, tornou-se uma figura central na defesa contra ações antitruste movidas pela Comissão Federal de Comércio (FTC), relacionadas às aquisições do Instagram e do WhatsApp.

Dessa forma, em comunicado interno anunciando sua saída, ela destacou essa disputa como um marco de sua trajetória. Segundo a executiva, a nova posição permitirá “continuar moldando questões legais e políticas ao redor do mundo”.

Apple encara pressão regulatória nos EUA

A chegada de Newstead ocorre em meio a um cenário de maior escrutínio regulatório. O Departamento de Justiça norte-americano e procuradores de 16 estados acusam a Apple de dificultar a concorrência e criar barreiras para que consumidores migrem para outras marcas. O processo, aberto em março de 2024, ainda aguarda data de julgamento.

Portanto, ao transferir assuntos regulatórios para a nova vice-presidente sênior, a empresa sinaliza que a estratégia jurídica ganha peso dentro da sua agenda de longo prazo.

Transição ambiental e legado interno

A saída de Lisa Jackson encerra um ciclo de mais de uma década. Em suma, a ex-administradora da Agência de Proteção Ambiental dos EUA, ela liderou projetos que reduziram em mais de 60% as emissões de gases de efeito estufa da Apple ao longo de dez anos, segundo Tim Cook.

Com a redistribuição das áreas sob sua gestão, a Apple tenta manter continuidade em metas ambientais enquanto reforça a defesa institucional em um momento de disputas regulatórias.