A Arábia Saudita está avaliando a possibilidade de aceitar um convite para ingressar no Brics, mesmo após ter perdido a oportunidade inicial de adesão no início deste mês, informaram duas fontes com conhecimento direto do assunto à Reuters nesta quinta-feira (18).
O prazo final para uma decisão não era 1º de janeiro, conforme destacaram as duas fontes. Uma delas ressaltou que há consideráveis benefícios em aderir ao grupo, especialmente porque a China e a Índia representam os dois maiores parceiros comerciais do reino.
“A Arábia Saudita está avaliando os benefícios e então tomará uma decisão, há um processo em andamento”, informou uma das fontes.
O Brics, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, estendeu convites a seis outros países em agosto para se juntarem à sua associação.
Os Emirados Árabes Unidos, que, assim como a Arábia Saudita, integra o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), aceitou o convite e tornou-se parte do Brics, de acordo com informações do Ministério das Relações Exteriores do país.
Brics expande bloco e integra novos países-membros em 2024; veja
A união econômica Brics, originalmente composta por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, acolhe cinco novos países este ano, impulsionada principalmente pela China em menor medida, pela Rússia. A decisão foi anunciada após a 15ª cúpula de líderes do bloco, sediada em Joanesburgo, África do Sul, em agosto de 2023.
Os novos integrantes, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Irã e Etiópia, foram formalmente convidados por meio da Declaração de Joanesburgo, um documento consensual entre os membros originais. Esses países emergiram entre 20 candidaturas ao bloco.
A Argentina recebeu um convite adicional, visto que o então presidente Alberto Fernández havia manifestado interesse em ingressar no grupo, mas o presidente atual, Javier Milei, comunicou sua falta de interesse por meio de carta endereçada aos líderes do Brics.
O novo presidente argentino, eleito recentemente, expressou que “não considera oportuna a adesão plena da República Argentina ao Brics a partir de janeiro de 2024”.
Com a inclusão dos novos países, o Brics agora representa quase metade da população mundial, cerca de 36% do Produto Interno Bruto global e mais da metade das reservas de hidrocarbonetos do planeta. Comparativamente, o G7, formado por Estados Unidos, Alemanha, Japão, França, Itália, Reino Unido e Canadá, engloba apenas 9,8% da população mundial e um terço da riqueza global.
A mudança do nome do bloco, composto pelas iniciais dos cinco membros originais, ainda não foi definida diante dessa expansão.