Ao longo de 2023, a família Birman, que detém o controle da Arezzo (ARZZ3), realizou vendas de ações da empresa totalizando R$ 112,93 milhões. Essas transações ocorreram, em média, a cada quatro dias úteis e meio, totalizando 57 operações intermediadas por instituições como Santander (BCSA34), Credit Suisse e Itaú (ITUB4), conforme informações públicas enviadas pela empresa à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Esse movimento atraiu a atenção de gestores e investidores, levando alguns a questionar diretamente a diretoria de relações com investidores, conforme divulgado pelo Valor Econômico.
De janeiro a dezembro de 2023, a participação dos controladores foi diminuída em 1,5%, conforme indicado nos formulários mensais que detalham a posição consolidada dos acionistas, enviados à CVM. Durante esse período, o valor das ações diminuiu 15%, e considerando o acumulado dos últimos 12 meses até a presente data (15), a queda totaliza 19%.
O número de transações de venda realizadas pelos controladores em 2023 foi quatro vezes maior do que o registrado em 2022. Em termos de valores, a quantia envolvida nessas transações também foi quase quatro vezes superior ao total apurado no ano anterior, que foi de R$ 29,1 milhões.
Durante o ano de 2023, observou-se que apenas nos meses de fevereiro e novembro os membros da família não realizaram qualquer desinvestimento em participações da varejista. Em contraste, no ano de 2022, houve transações em seis meses diferentes.
Em dezembro, após a conclusão de um novo acordo de acionistas em maio, que envolveu a redistribuição das ações entre os filhos do fundador, e considerando as vendas de papéis, a participação conjunta dos seis membros da família totalizava uma fatia reduzida, correspondendo a 39,82% do capital. Por outro lado, os demais acionistas detinham 54,88% do capital, sendo a BlackRock detentora de uma participação de 5,1%.
Arezzo (ARZZ3) tem lucro recorrente de R$ 107 milhões no 3T23
A Arezzo (ARZZ3) divulgou nesta terça-feira (7) seu balanço do terceiro trimestre de 2023. A companhia reportou lucro líquido recorrente de R$ 107,1 milhões, alta de 4,2% na comparação anual.
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A receita líquida recorrente totalizou R$ 1,265 bilhão no terceiro trimestre deste ano, crescimento de 11,2% na comparação ano a ano.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) recorrente somou R$ 271,5 milhões, alta anual de 27,9%. Com isso, a margem Ebitda avançou 3,3 p.p. (pontos percentuais), para 17,2%.
No terceiro trimestre, a Arezzo reportou um aumento da base de clientes, que saltou 9,2% em relação ao ano passado, totalizando 5,5 milhões. Além disso, o ROIC (retorno sobre o capital investido) também avançou, para 25,8%.
No terceiro trimestre, as despesas gerais e administrativas recorrentes da companhia totalizaram R$ 91 milhões, um aumento de 20,6% em relação ao mesmo período de 2022.
Entre julho e setembro, o resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 48,1 milhões, alta anual de 285,5%.
Em 30 de setembro de 2023, a dívida líquida da Arezzo somava R$ 449 milhões. O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em 0,6 vez no mesmo período.
