O escândalo envolvendo o presidente da Argentina, Javier Milei, e a criptomoeda $LIBRA impactou o mercado financeiro do país nesta segunda-feira (17).
Sem referência no exterior, devido ao feriado nos EUA pelo Dia do Presidente, o principal índice de ações da bolsa de Buenos Aires, o S&P Merval, chegou a cair quase 6% após Milei elogiar a criptomoeda, que logo depois sofreu forte desvalorização. O índice fechou com queda de 5,58%.
Após a criptomoeda despencar, Milei excluiu sua publicação na rede social X (antigo Twitter), na qual recomendava a compra do ativo, e afirmou que não tinha nenhuma relação com ele. No entanto, parlamentares da oposição alegam que o presidente argentino pode enfrentar um julgamento de impeachment no Congresso.
As ações da Transportadora de Gas del Sur chegaram a cair cerca de 5%, seguidas pela Sociedade Comercial del Plata (-4,5%) e pela Transportadora de Gas del Norte (-4,5%). Nas primeiras negociações, foram registradas quedas de até 10%.
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Guilherme Lago
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“O governo de Milei enfrenta a maior crise reputacional de sua gestão após o presidente promover um projeto com um token criado na blockchain da plataforma Solana, chamado $LIBRA, que posteriormente foi classificado como uma fraude, prejudicando vários usuários. Embora o presidente tenha removido a publicação horas depois e se desvinculado do projeto, milhares de pessoas investiram durante o período em que a recomendação estava ativa e perderam dinheiro após a retirada de liquidez do projeto, fazendo o valor do token cair de US$ 5,20 para US$ 0,13. Estima-se que nove investidores tenham obtido ganhos de quase US$ 100 milhões em poucas horas”, disse ao InfoMoney Ignacio Morales, CIO da Wise Capital.
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De acordo com imagens reproduzidas pela imprensa local, Milei teria postado uma mensagem no X (antigo Twitter), fixada em seu perfil por mais de cinco horas, com um link para uma iniciativa chamada “Projeto Viva La Libertad”, que incluía seu slogan “Viva a liberdade, caral”.
“O mundo quer investir na Argentina. $LIBRA”, dizia a mensagem do presidente, publicada na sexta-feira, com o nome do token — uma unidade de valor digital baseada na tecnologia blockchain que não é lastreada por dinheiro real.
