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Com o resultado das eleições no último domingo (30), muitos investidores se preocupam com a situação da Bolsa de Valores brasileira nos próximos anos.
Apesar do temor, a trajetória do benchmark possui diversos altos e baixos, recuperando-se eventualmente.
O “Mercado tem história” de hoje te mostra algumas das maiores baixas diárias da história do Ibovespa e como a Faria Lima resistiu as adversidades de cada período!
Pandemia (2020)
O mês de março de 2020 ficou marcado na história da Bolsa brasileira. Essa não é uma lembrança positiva para nenhum investidor, visto que a chegada da pandemia do coronavírus abalou o mercado e concretizou o maior tombo deste século para o Ibovespa.
No dia 12 de março, o principal índice acionário do Brasil sofreu desvalorização de 14,78%, mesmo com o acionamento de dois circuit breakers para tentar frear a queda. Esse mecanismo permite, na ocorrência de movimentos bruscos de mercado, o rebalanceamento das ordens de compra e de venda, com o mercado parando por 30 minutos todos os negócios na bolsa.
Naquela quinta-feira, o país registrava 77 novos casos da doença que ainda causaria muita volatilidade ao mercado de ações brasileiro.
Crise asiática (1997)
A quinta maior queda do Ibovespa aconteceu em 27 outubro de 1997, uma segunda-feira na qual o principal índice da bolsa despencou 14,98%.
Naquela época, a crise financeira asiática contagiava os mercados globais. Esse foi um período de recessão econômica que atingiu grande parte dos países da Ásia – em especial os chamados tigres asiáticos, o conjunto de países emergentes do Sudeste Asiático que, no momento, se destacavam por um grande crescimento e desenvolvimento econômico.
Os países do continente sofriam com a forte desvalorização de suas moedas, devido à massiva fuga de capital. Tailândia, Malásia e Coreia tiveram uma diminuição de 10% no Produto Interno Bruto, enquanto a Indonésia registrou uma redução de 15%.
A crise dos tigres asiáticos ficou conhecida como a primeira grande crise dos mercados globalizados e os impactos puderam ser sentidos por diversas nações, como é o caso do Brasil.
Crise russa (1998)
Nos meses de agosto e setembro de 1998, o Ibovespa sofreu algumas interrupções nos negócios por meio do circuit breaker.
O pânico era causado pela moratória da Rússia, que vivia uma grave crise com a forte desvalorização de sua moeda (rublo). Na época, o país esperava uma renegociação de sua colossal dívida externa.
Em reflexo a esse cenário, a bolsa brasileira caiu 15,83%.
Black Monday (1987)
O dia 19 de outubro de 1987, eternizado como Black Monday, entrou para a história quando o índice Dow Jones, o principal da bolsa de Nova York, desabou.
Segundo dados levantados pela Economática, a terceira maior queda da história do Ibovespa se deu no dia seguinte, em 20 de outubro de 1987, com uma desvalorização de 16,17%.
A razão para o forte recuo na bolsa norte-americana gera polêmica até hoje, e duas hipóteses são citadas para explicar o movimento.
A primeira é o mercado futuro. Os contratos futuros no índice S&P 500 eram praticamente novos e, conforme as ações caíam naquele dia, alguns investidores vendiam os contratos, levando a um tombo ainda maior dos papéis.
A outra explicação seria a de um erro em programas de computador. A queda, entretanto, também foi verificada em mercados que não tinham os programas.
Plano Collor (1990)
A maior queda da história do Ibovespa aconteceu em 21 de março de 1990. Naquela quarta-feira, o principal índice da bolsa brasileira despencou 22,27% após o pânico do mercado causado pelo Plano Collor.
O então presidente determinou o bloqueio das cadernetas de poupança até o limite de 50 mil cruzados novos. O valor excedente aos 50 mil cruzados novos, que era reajustado pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), passou a ser reajustado pelo Bônus do Tesouro Nacional Fiscal (BTNF).
Na véspera (20 de março de 1990), o elevado pessimismo do mercado com os rumos da economia já havia se aflamado. Era a prova de que o confisco traumatizava o mercado e ficaria gravado na história.
Nessa terça-feira, os investidores buscavam vender o maior número de ativos em renda variável para cobrir as perdas provocadas pelo congelamento anunciado por Fernando Collor. Com isso, o Ibovespa marcou sua segunda maior queda, afundando 20,95%.