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Assaí (ASAI3): BofA rebaixa ação para 'neutro'

A revisão reflete preocupações com o aumento das taxas de juros e os possíveis impactos sobre a saúde financeira da Assaí

Assaí Atacadista (ASAI3)
Assaí Atacadista (ASAI3) / Foto: Divulgação

Analistas do Bank of America (BofA) ajustaram sua recomendação para as ações do Assaí (ASAI3), passando de “compra” para “neutro” e diminuindo o preço-alvo de R$ 13,25 para R$ 10,25. A atualização foi comunicada a clientes e ao mercado nesta sexta-feira (13) por meio de um relatório.

O preço-alvo das American Depositary Receipts (ADRs) foi reduzido para US$ 9,10, de US$ 13,00 anteriormente, com base na taxa de câmbio de R$ 5,50 para cada dólar americano. Essa revisão reflete preocupações com o aumento das taxas de juros e os possíveis impactos sobre a saúde financeira da empresa.

“Os pesados ​​encargos da dívida limitam os preços do investimento. As restrições do balanço também têm implicações estratégicas”, apontam os analistas Robert Aguilar, Melissa Byun, Gustavo Fratini e Wellington Santana.

Por outro lado, os analistas acreditam que o Assaí pode se beneficiar do aumento da inflação dos alimentos no Brasil, que pode ser exacerbada pela seca adicional que afeta o país. No entanto, essa perspectiva vem acompanhada de várias ressalvas.

“Infelizmente, as condições de seca, se prolongadas, também ameaçam limitar os custos mais baixos, geração hidrelétrica e poderá desencadear impactos macroeconômicos capazes de mais do que compensar qualquer aumento da inflação alimentar”, ponderam.

Os analistas destacam que o impacto das taxas de juros sobre as empresas do setor de varejo alimentar pode ser desproporcional. Isso levou a uma valorização das ações da Arcos Dorados, em contraste com a situação do Assaí.

Assaí (ASAI3): JPMorgan rebaixa recomendação e preço-alvo 

A recomendação para a ação ordinária do Assaí (ASAI3) foi rebaixada pelo JPMorgan, saindo de compra para neutro, com corte também no preço-alvo de R$ 18 para R$ 11,50. A razão para isto seria a limitada flexibilidade de capital da varejista, que coloca em risco os planos de investimento de curto prazo.

As expectativas de lucro por ação do Assaí também foi reduzida pelo banco em 20%. Nos cálculos da equipe do JPMorgan, a varejista negocia a um múltiplo de 13 vezes lucro por ação estimado para 2025, um prêmio em relação a outros varejistas brasileiros. 

“Sem um aumento de capital previsto, vemos limitados catalisadores positivos de curto prazo e uma visibilidade reduzida para o crescimento a médio e longo prazo”, dizem os analistas em relatório, de acordo com o “E-Investidor”.

Na avaliação do banco, o Assaí precisa ajustar seu plano de expansão para facilitar a desalavancagem, visto que a alavancagem está em 3,8 vezes a dívida líquida ajustada sobre Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para 2024.

A flexibilidade de capital restrita reflete nos planos de investimento de curto prazo da empresa, por conta da influência de fatores externos e da visibilidade reduzida a médio e longo prazo, avaliou o JPMorgan. 

Os analistas do JPMorgan também reiteram que, nos últimos dois anos, o Assaí já ajustou e diminuiu seus planos de expansão.