A recomendação para a ação ordinária do Assaí (ASAI3) foi rebaixada pelo JPMorgan, saindo de compra para neutro, com corte também no preço-alvo de R$ 18 para R$ 11,50. A razão para isto seria a limitada flexibilidade de capital da varejista, que coloca em risco os planos de investimento de curto prazo.
As expectativas de lucro por ação do Assaí também foi reduzida pelo banco em 20%. Nos cálculos da equipe do JPMorgan, a varejista negocia a um múltiplo de 13 vezes lucro por ação estimado para 2025, um prêmio em relação a outros varejistas brasileiros.
“Sem um aumento de capital previsto, vemos limitados catalisadores positivos de curto prazo e uma visibilidade reduzida para o crescimento a médio e longo prazo”, dizem os analistas em relatório, de acordo com o “E-Investidor”.
Na avaliaçaõ do banco, o Assaí precisa ajustar seu plano de expansão para facilitar a desalavancagem, visto que a alavancagem está em 3,8 vezes a dívida líquida ajustada sobre Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para 2024.
A flexibilidade de capital restrita reflete nos planos de investimento de curto prazo da empresa, por conta da influência de fatores externos e da visibilidade reduzida a médio e longo prazo, avaliou o JPMorgan.
Os analistas do JPMorgan também reiteram que, nos últimos dois anos, o Assaí já ajustou e diminuiu seus planos de expansão.
Além disso, com o possível aumento da Selic (taxa básica de juros), espera-se que o número de novas lojas abertas seja menor que o inicialmente planejado para conter despesas e melhorar o fluxo de caixa livre, segundo o veículo de notícias.
O banco também avaliou que a capacidade da empresa em aumentar agressivamente as vendas e os lucros operacionais é llimitada pelo mercado competitivo e a implementação de iniciativas de eficiência.
“Isso pode levar a uma desaceleração do crescimento e a uma desalavancagem limitada, exigindo uma racionalização adicional das despesas de capital”, destacou o JPMorgan.
Grupo Mateus (GMAT3) nega conversas sobre fusão com Assaí (ASAI3)
O grupo Mateus (GMAT3) informou no domingo (1) que não mantém negociações para compra de ações da rede de atacarejo Assaí (ASAI3).
“A companhia permanece focada no seu planejamento estratégico original de expansão na Região Nordeste”, afirmou em fato relevante ao mercado.
A empresa respondeu a uma publicação do O Globo feita neste final de semana que citou que a companhia, quarta maior varejista de alimentos do país, estaria trabalhando para fazer uma oferta pelo controle do Assaí aos acionistas de referência.
O Assaí, por sua vez, publicou comunicado ao mercado nesta segunda-feira (2) afirmando que “não recebeu ou foi informada de qualquer oferta do Grupo Mateus pelo controle da companhia”.
O Assaí tem controle pulverizado e os principais acionistas são as empresas de investimento Orbis Invest (10%), BlackRock (9,97%), Conifer Management (5,01%) e Wishbone Management (5,01%), segundo informações da companhia.