![André Meirelles, Diretor de Alocação e Distribuição da InvestSmart XP / Foto: BPMoney André Meirelles, Diretor de Alocação e Distribuição da InvestSmart XP / Foto: BPMoney](https://uploads.bpmoney.com.br/2025/02/MaVqxtKz-WhatsApp-Image-2025-02-14-at-16.32.37-1320x743.webp)
O maior desafio dos assessores de investimentos com relação aos investidores é, sobretudo, conseguir garantir um bom alinhamento com expectativas de risco, retorno e liquidez. Para o diretor de alocação e distribuição da InvestSmart XP, André Meirelles, avaliar o que pode ser “mais interessante” para o cliente depende da janela, pois a “diversificação é um almoço de graça”.
“A expectativa de retorno pode ser bem diferente na realização, e o risco pode ser subestimado, porém, com um bom alinhamento, um assessor tem liberdade para propor o que parece mais interessante”, disse Meirelles em entrevista ao BPMoney durante o Smart Summit, nesta sexta-feira (14).
“Momentos em que os ativos performaram muito mal, costumam ser seguidos de momentos em que eles performam muito bem, mas é preciso compatibilizar o curto prazo com o longo prazo”, afirmou.
O executivo citou que algumas movimentações, como as eleições presidenciais, podem ser gatilhos para que determinados ativos valorizem, mas nunca há uma certeza quanto à reação dos preços, e é preciso equilibrar os prejuízos no curto prazo, com as expectativas de ganhos no futuro.
“Ter claro que parte da carteira precisa estar posicionada para o longo prazo e alocar é um convencimento difícil porque o ser humano é emocionado”, comentou Meirelles.
Aversão ao risco tem destacado a renda fixa entre investidores e assessores
No cenário atual, com a renda fixa oferecendo riscos menores, bons rendimentos e liquidez maior, os ativos dessa classe tem despontado no mercado, a exemplo das categorias do CDI (Certificado de Depósito Interbancário).
“Temos visto os investidores, no geral, com muita aversão a qualquer possibilidade de queda, justamente por ver oportunidades no CDI sem grandes riscos, através de um CDB, LCI, ou LCA”, reforçou o analista.
Sobre as estratégias para levar os investidores a trabalharem com a técnica de market time, Meirelles vê dificuldade na adesão e acredita que os assessores e clientes têm que ter clareza sobre as razões que levaram à compra de um ativo e, posteriormente, se essas razões ainda fazem sentido.
“Se os motivos ainda forem verdade, à princípio não vejo razão para zerar a posição [em um ativos]. O que pode acontecer é o investidor descobrir ser muito menos agressivo do que achava ser”
Diversificação, em sua visão, é manter o balanceamento entre as classes de ativos na carteira, relativamente constantes ao longo do tempo, o que tem sido difícil nesse momento.
“Manter o balanceamento, com x% da carteira em fundos imobiliários, x% em renda fixa, outros % em Bolsa, garantem que você [investidor] estará vendendo ao som de violino e comprando ao som de canhão”, reiterou.
Ajudar o investidor a conhecer seu real perfil de investidor é essencial antes de montar qualquer carteira, Meirelles afirma que esperar vale a pena e que “ter paciência no mercado paga”.