A agência de avaliação Austin Rating anunciou nesta sexta-feira (28) que alterou a nota de crédito do Brasil de estável para positiva, em moeda local (ML), e que afirma o rating BB+, um nível abaixo do grau de investimento na escala da empresa. Já em moeda estrangeira (ME), a perspectiva da Austin segue preservada como estável e o rating em BB+.
Segundo o comunicado, a avaliação do rating em Moeda Local (ML), considerou a melhora da perspectiva do ambiente fiscal em virtude da aprovação do novo arcabouço fiscal, que prevê retomada do equilíbrio das contas públicas já a partir de 2024 (resultado primário em 0% do PIB).
A agência também afirma que considerou para a decisão o quadro recente de melhora dos indicadores antecedentes, como o índice de confiança empresarial, industrial e dos consumidores, bem como as recorrentes revisões para cima das projeções de crescimento do PIB e a política monetária estimulativa (queda dos juros) em breve.
“Estamos a um degrau para voltar a atingir o grau de investimento para o Brasil. É uma questão de tempo para que os fundamentos da política monetária, equilíbrio fiscal e a retomada da confiança do consumidor e indústria se consolidem para essa conquista”, afirma, em nota, Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.
Agostini avalia que a política monetária executada pelo Banco Central – com elevação da taxa básica de juros ao longo de 2021 e 2022 – cumpriu com o objetivo de reduzir a pressão inflacionária e colocar o nível de preços em convergência com as metas estabelecidas pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).
“Nesse contexto, as perspectivas para a execução da política monetária concentram-se no início do processo de afrouxamento, ou seja, redução contínua da taxa de juros básica nacional (taxa Selic), estimulando e fortalecendo o PIB pela ótica da demanda, seja por meio dos investimentos (FBCF) ou pelo consumo das famílias”, diz a nota.
Já em relação às contas externas, que afetam diretamente a classificação de risco em moeda estrangeira, a Austing considera que houve melhora nos indicadores, com destaque para o volume dos investimentos estrangeiros direto, que atingiu US$ 90,6 bilhões em 2022, contra US$ 46,4 bilhões em 2021.
A agência pondera, contudo, que, ainda em relação às contas externas, há dois pontos de atenção. Primeiro, para o fortalecimento do saldo da balança comercial. “mesmo diante da queda do preço das commodities, com ressalva para a concentração da pauta de exportação em produtos básicos, além da valorização do real frente ao dólar.”
Com informações da CNN.
DBRS, 4ª maior agência de rating do mundo, eleva nota do Brasil
Também nesta sexta, a DBRS Morningstar, quarta maior agência de rating do mundo, anunciou a elevação da nota de crédito do Brasil, o chamado de “BB-” para “BB”, com perspectiva estável.
Esta é a segunda vez nesta semana que uma agência de classificação altera para cima a nota de crédito no país. Na quarta-feira (26), a Fitch, também uma das maiores do mundo do setor, já havia subido a nota de crédito brasileira, de “BB-” para “BB”.
Em junho, a S&P (Standard & Poor´s) manteve o rating soberano do Brasil em “BB-“, ainda em grau especulativo, mas alterou a perspectiva para a nota soberana de estável para positiva. Entre as maiores agências de rating, apenas a Moody’s ainda não revisou a nota do Brasil, o que pode ser feito dentro dos próximos dias.
As decisões servem como um termômetro importante para o mercado financeiro porque indicam que as agências de classificação veem o Brasil com maior capacidade de honrar seus compromissos financeiros.