Analistas do Bradesco BBI revisaram seu modelo de valuation para a Azul (AZUL4) e reduziram o preço-alvo das ações em 28%, para R$ 29. Essa revisão reflete o cenário atual de um real mais fraco e preços mais altos do petróleo, conforme indicado em relatório enviado a clientes nesta segunda-feira (24).
Victor Mizusaki e sua equipe destacaram que as ações da Azul caíram mais de 50% no ano, em contraste com a queda de cerca de 10% do Ibovespa.
Taxa de câmbio da Azul
Os analistas do BBI também observaram que as ações estão precificando uma taxa de câmbio de R$ 6,50 por dólar, o que consideram “irrealista” dadas as projeções do mercado.
Eles realizaram um teste de estresse que sugere que a Azul tem caixa suficiente para absorver uma taxa de câmbio de aproximadamente R$ 6 até 2026, mantendo todas as outras condições constantes.
BBI estima que, para cada desvalorização de 10% do real, a Azul precisaria aumentar as tarifas aéreas em 4% para que o fluxo de caixa atinja o ponto de equilíbrio. Além disso, calculam que a projeção de consenso para o Ebitda de 2025 está 25% acima do fluxo de caixa de equilíbrio.
“Esperamos que as empresas anunciem os termos do negócio no segundo semestre de 2024 e que as sinergias de M&A possam atingir 10,2 bilhões de reais em valor presente líquido, ou 10 reais por ação da Azul pós-diluição”, acrescentaram Mizusaki e equipe, que têm recomendação “outperform” para os papéis.
Segundo os analistas, as negociações entre a Azul e o Grupo Abra, holding controladora da Gol (GOLL4), estão progredindo, apesar do comportamento atual do preço das ações indicar o contrário.