O mercado aéreo brasileiro foi surpreendido nesta semana com um movimento contundente vindo do Bradesco BBI.
A casa de análise financeira rebaixou a recomendação das ações da companhia aérea Azul (AZUL4) de neutra para venda, ajustando drasticamente o preço-alvo dos papéis de R$ 1,30 para apenas R$ 0,50 — uma redução de mais de 60%.
Esse novo cenário sinaliza uma leitura bastante negativa sobre os fundamentos atuais e o futuro próximo da empresa, que enfrenta desafios estruturais e financeiros severos.
Plano de recuperação judicial da Azul não alivia preocupações
Apesar de a Azul ter iniciado um processo de recuperação judicial nos moldes do Chapter 11 (nos Estados Unidos), que visa a reestruturação financeira de forma coordenada e controlada, os analistas do Bradesco BBI demonstram ceticismo quanto à eficácia e ao alcance da medida no médio prazo.
De acordo com o relatório da corretora, os termos apresentados no plano não são suficientes para alterar substancialmente a percepção de risco que hoje ronda a companhia aérea.
Dessa forma, isso reforça o receio de que, mesmo com ajustes, a saúde financeira da Azul ainda exige atenção redobrada dos investidores.
Mercado reage com cautela: é hora de vender ações da Azul?
Com o novo preço-alvo estimado em R$ 0,50, o Bradesco BBI sinaliza que o mercado pode estar supervalorizando os ativos da Azul, considerando os riscos operacionais, alta alavancagem e desafios regulatórios.
A recomendação de venda surge como um alerta importante para investidores que ainda mantêm posições na empresa. A mensagem é clara: a perspectiva de valorização é mínima diante do cenário atual — e os riscos, substanciais.
O que investidores devem monitorar nos próximos meses
Com a reestruturação em curso, o mercado deve acompanhar de perto a implementação das medidas financeiras da Azul, incluindo:
- O avanço das negociações com credores;
- A manutenção da malha aérea com rentabilidade;
- A recuperação da demanda doméstica e internacional;
- A possível entrada de novos aportes ou fusões no setor.
Em suma, esses fatores serão decisivos para entender se a companhia conseguirá mudar de rota ou continuará em trajetória descendente no mercado de capitais.