O CFO da Azul (AZUL4), Alex Malfitani, disse que a empresa está disposta a estudar e tentar viabilizar passagens aéreas a R$ 200 para estudantes do Fies, aposentados e pensionistas do INSS e servidores municipais, estaduais e federais que ganham até R$ 6,8 mil. O desconto faz parte do programa “Voa, Brasil”, comentado nesta semana pelo ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB).
Em entrevista para o site Infomoney, Malfitani disse que a Azul se beneficiaria com o aumento no número de brasileiros viajando de avião, já que o maior custo para uma companhia aérea é assento vazio. O executivo, no entanto, ressaltou que o programa precisa de um desenho bem pensado, já que as aéreas também lucram com a venda de última hora de bilhetes por um valor bem maior que o normal.
Em relação aos preços das passagens, o CFO da Azul disse que ainda há espaço para novas altas. “Vamos continuar tentando achar o nível de tarifa que o mercado aceita. Há uma demanda das companhias aéreas para recompor margem, mas é o cliente que vai determinar qual é o limite”, afirmou.
Gol também mostra interesse
Além da Azul, a Gol (GOLL4) também se mostrou interessada com a novidade. Procurada pelo site “Meu Dinheiro”, a Gol afirmou estar “sempre à disposição para contribuir com o governo na viabilização de um projeto que amplie ainda mais o acesso da população ao transporte aéreo.”
Acrescentou, ainda, que vai participar de um grupo de trabalho que também envolve a Secretaria de Aviação Civil e a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) para discutir o assunto nos próximos meses.
O anúncio feito por França na terça-feira (14) causou mal estar no governo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com a equipe ministerial e deu uma bronca generalizada. Lula disse que “qualquer genialidade” que alguém possa ter deve ser anunciada à Casa Civil para que a pasta discuta com a Presidência.
Mas parece que a bronca não adiantou muita coisa, já que mais cedo, o ministro afirmou que a Gol e a Azul “já toparam” a ideia, enquanto a Latam “vai topar”.