Reação

Azul (AZUL4) desaba mais de 20% após notícia de renegociação de dívida 

Segundo fontes ouvidas pela Bloomberg, follow-on é a opção preferida, enquanto um pedido de Chapter 11 nos EUA seria uma alternativa a evitar

Azul
Azul / Foto: Divulgação

As ações da companhia aérea Azul (AZUL4) registram uma queda de 21,66%, sendo negociadas a R$ 5,68, às 11h (horário de Brasília) desta quinta-feira (29).

O recuo acontece após a Bloomberg, citando fontes, noticiar que a Azul está avaliando alternativas que vão desde uma oferta de ações até um pedido de proteção contra credores nos Estados Unidos, conhecido como “Chapter 11”, enquanto enfrenta dificuldades para honrar dívidas com vencimento próximo.

Embora a possibilidade de um pedido de “Chapter 11” esteja em análise, a Azul busca evitá-lo e está colaborando com o Citigroup (C) para uma possível oferta de ações, segundo uma das fontes.

Colaboração com o Citi

A companhia também está colaborando com o Citi como consultor para um possível acordo de fusão com a Gol (GOLL4). Além disso, está considerando a emissão de novas dívidas através de sua unidade de carga. Tanto representantes do banco americano quanto da Azul optaram por não comentar sobre o assunto.

A aérea também está focada em acelerar uma possível fusão com a Gol, com o objetivo de demonstrar aos credores que a nova empresa combinada apresentaria níveis de dívida mais baixos e perspectivas de crescimento mais promissoras.

No entanto, essa estratégia é considerada menos atrativa devido às urgentes necessidades de liquidez da Azul e aos recentes resultados financeiros insatisfatórios.

A Gol entrou com um pedido de Chapter 11 nos Estados Unidos, enfrentando US$ 2,7 bilhões em passivos de curto prazo e a necessidade de reestruturar diversas dívidas.

Três outras companhias aéreas da região – Avianca, Latam Airlines e Grupo Aeromexico – também solicitaram a proteção em 2020, e seus processos de recuperação se estenderam por vários anos. Desde então, transportadoras menores, como a InterJet, no México, e a Viva Air, na Colômbia, também encerraram suas operações.

Azul é a única sem proteção contra credores

A Azul foi a única entre as principais companhias aéreas do Brasil que não solicitou proteção contra credores após a pandemia de covid-19, que devastou o setor de viagens.

Em vez disso, a empresa conseguiu adiar os vencimentos ao realizar uma troca de títulos em junho de 2023. No entanto, ainda enfrenta obrigações de leasing e elevados pagamentos de juros sobre sua alta dívida.

Com a desvalorização do real, os custos da companhia foram impactados, incluindo os pagamentos de leasing em dólares e os gastos com combustível vinculados à moeda americana. A empresa tem R$ 382 milhões em títulos que vencem ainda este ano, além de US$ 550 milhões em pagamentos programados para os próximos quatro anos.

As ações da Azul sofreram queda após a divulgação de perdas líquidas de R$ 3,87 bilhões no segundo trimestre, acompanhadas por um aumento na dívida líquida da companhia.

O índice de alavancagem da empresa subiu para 4,5 vezes seus ganhos antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA), em comparação com 3,7 vezes no trimestre anterior, conforme os dados financeiros mais recentes.




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