Recuperação judicial

Azul (AZUL4) despenca mais de 70% em 2025; BTG e XP revisam ação

Para completar a crise, os papéis da Azul deixarão de compor todos os índices da B3, após o fechamento desta quinta-feira (29)

Foto: Divulgação
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O pedido de recuperação judicial que a Azul (AZUL4) moveu nos EUA — Chapter 11 — levou os principais bancos e corretoras ao redor do mundo acenderam o alerta vermelho. No acumulado deste ano, a ação já perdeu mais de 70%, sendo 42% apenas no último mês.

Com o desempenho ruim, nesta quinta-feira (29) o BTG Pactual e a XP Investimentos colocaram a ação da companhia em revisão.

Para completar a crise, os papéis da Azul deixarão de compor todos os índices da B3, após o fechamento desta quinta-feira (29), conforme informado pela operadora da Bolsa nesta semana, seguindo as regras da Bolsa brasileira para empresas em recuperação judicial.

Além do Ibovespa, a Azul terá seus papéis excluídos dos índices IGCX, IBXX, IGCT, IBRA, IVBX, ISEE, ITAG, SMLL, IBXL, IDVR, IBHB, IBBR, IBEP, IBEW, IBBE e IBBC. Apesar da saída nos índices, as ações AZUL4 seguem negociadas na B3.

Avaliação do BTG sobre a Azul

Na perspectiva do BTG, apesar dos esforços intensos em gestão de passivos e reestruturação da dívida, a Azul segue com a alavancagem financeira elevada para a Azul, especialmente considerando a recente volatilidade cambial e o aumento das taxas de juros no Brasil.

Os analistas do banco destacaram também que, mesmo que a companhia aérea tenha superado a crise sanitária que agravou a situação do setor aéreo, a Azul enfrentou problemas na cadeia de suprimentos da aviação e um cenário macroeconômico desafiador.

“Diante do processo de recuperação judicial em curso, revisaremos nosso modelo para refletir a nova estrutura de capital da empresa”, diz o BTG, segundo o Money Times.

Análise da XP

Já na avaliação da XP Investimentos, tendo em vista que a Azul garantiu um financiamento DIP (Debtor in Possession) de US$ 1,6 bilhão e tem um plano definido para uma captação de capital via equity de US$ 650 milhões na saída — podendo chegar a US$ 950 milhões caso United e American Airlines participem —, os analistas esperam que as negociações sejam aceleradas.

A corretora estima que o processo seja concluído até o primeiro trimestre de 2026. 

“A empresa pretende usar esses recursos para reestruturar suas obrigações financeiras e fortalecer sua estrutura de capital para sustentabilidade de longo prazo. Estamos colocando a recomendação da Azul sob revisão”, disseram.