As negociações entre as companhias aéreas Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4), que estavam em um estado de inatividade, finalmente retomaram seu andamento.
As informações são da repórter Maria Luíza Filgueiras, do site Pipeline, associado ao jornal Valor Econômico. As tratativas haviam esfriado durante a renegociação da Azul com seus credores.
Entretanto, com os avanços significativos nas discussões entre a aérea e seus arrendadores, espera-se que um acordo possa ser firmado ainda neste mês. Esse movimento reanima as especulações sobre uma possível fusão entre as empresas.
Fusão pode ser anunciada ainda neste ano?
Conforme fontes bem posicionadas sobre o andamento do processo, as companhias aéreas têm a intenção de divulgar a fusão, pelo menos em sua forma preliminar, ainda neste ano.
Entretanto, as etapas regulatórias, que envolvem a avaliação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), podem se estender até o próximo ano. Essa expectativa é vista como otimista, considerando a complexidade que permeia a operação de fusão entre as duas empresas aéreas.
Além disso, os desafios regulatórios e as análises detalhadas exigidas pelo CADE poderão influenciar o cronograma das negociações. Por isso, a antecipação do anúncio preliminar pode não garantir um processo fluido nas etapas seguintes.
Governo acompanha movimentações
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está atento ao progresso dessas negociações e monitora a situação de maneira próxima.
Essa vigilância por parte do governo pode afetar o desenvolvimento dos processos, especialmente em um contexto de fusão que pode repercutir na competitividade do setor aéreo.
Azul e Gol: ‘tiro no pé’, classifica especialista
Esta semana, surgiram notícias de que a Azul (AZUL4) estaria considerando fazer uma oferta para adquirir a concorrente Gol (GOLL4), que está atualmente em processo de recuperação judicial, o que a torna uma opção mais acessível.
Entretanto, a perspectiva de uma possível fusão entre as duas empresas, que juntas controlariam quase dois terços do mercado em um setor já dominado por três grandes players, apresenta desafios significativos.
Para o especialista em reestruturação de empresas, e CEO da Excellance, Max Mustrangi, essa união pode resultar em uma empresa ainda pior devido à má situação financeira e de alavancagem das empresas envolvidas. “É um tiro no pé, vejo como um verdadeiro ‘abraço dos afogados’”.
Enquanto Mustrangi vê a situação com pessimismo, ele reconhece que o mercado muitas vezes valoriza a escala e o potencial de faturamento, mesmo que isso não garanta viabilidade ou rentabilidade a longo prazo.