A ligação das contas e operações da Azul (AZUL4) de forma mais direta com o dólar é visto com um fator prejudicial pela Goldman Sachs. Em revisão recente, a casa baixou as expectativas para a aérea e cortou o preço-alvo em cerca de 20%, para R$ 12,20.
A recomendação dos analistas segue sendo de compra para a ação da Azul. Mas as oscilações do dólar, com uma depreciação recente frente ao real, mexeu com os balanços da companhia.
A alavancagem da Azul, medida pela dívida líquida/Ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações – registrou alta para 4,5 vezes.
Esse índice teria seguido na casa de 3,75 vezes, caso não houvesse a variação do câmbio. A maior parte da sua dívida da Azul está em dólar, por isso o impacto é negativo.
Anteriormente, o Bradesco BBI já havia ressaltado que a Azul tem caixa suficiente para encarar uma taxa de câmbio de cerca de R$ 6 até 2026.
Além disso, os analistas do banco também estimaram que, para cada desvalorização de 10% do real, seria necessário que a aérea aumentasse as tarifas em em 4% para que o fluxo de caixa atinja o ponto de equilíbrio.
O Goldman estima tendências melhores para a companhia aérea no próximo ano e os números são mantidos para 2025. Espera-se um ambiente mais racional, com repasse de custos para tarifas e recuperação da lucratividade.
Azul (AZUL4) está confiante na demanda do 2º semestre, diz presidente
Abhi Manoj Shah, presidente da Azul (AUZL4), destacou que a companhia aérea está confiante com a demanda por voos no segundo semestre.
“Vemos um crescimento significativo de tarifa desde o início do trimestre e ainda melhor desde maio. A demanda está melhorando rápido e a tendência continua em agosto”, disse o executivo, em teleconferência nesta segunda-feira (12).
“Isso contraria o que vemos nos EUA, onde há sinais de redução de demanda. Os indicadores no Brasil nos dão confiança na demanda no segundo semestre”, continuou, de acordo com o “Valor”.
Para Shah, a Azul tem conseguido contornar a alta do dólar e seus efeitos sobre o negócio.
“O aumento de 5% no dólar precisaria de uma alta de 3% nas tarifas para compensar os impactos negativos da maior despesa”, disse o presidente da aérea.