Depois de fechar acordo com arrendadores para liquidar cerca de R$ 3 bilhões em obrigações, a companhia aérea Azul (AZUL4) agora objetiva levantar capital, afirmou o presidente-executivo da empresa, John Rodgerson.
“Nós tínhamos que resolver este problema primeiro, que já está resolvido, e agora nós podemos levantar capital”, disse Rodgerson em entrevista à “Reuters”.
“Agora nós podemos olhar para frente e não olhar mais para trás”, prosseguiu o executivo da Azul.
A companhia quer agora captar cerca de US$ 400 milhões, indicou Rodgerson, com a possibilidade de usar a Azul Cargo para levantar dívida conversível no mercado.
Além disso, a Azul, que domina a indústria brasileira de aviação, ao lado da Latam e da Gol (GOLL4), também espera a liberação de recursos de uma linha de crédito aprovada pelo governo para apoiar companhias aéreas locais.
“Como nós falamos, nós íamos usar a nossa empresa Azul Cargo para levantar uma dívida, talvez uma dívida conversível no mercado, para nos fortalecer agora, sabendo que o dinheiro não vai para o ‘lessor’”, comentou Rodgerson.
Outro ponto ressaltado por ele foi que a empresa está em conversas “amigáveis” com bondholders. Contudo há “várias pessoas” dispostas a emprestar dinheiro à Azul.
Isso expande as opções da companhia aérea, enquanto sua equipe analisa “vários tipos de dívidas” para uma possível transação, apontou o executivo, segundo o veículo.
Azul (AZUL4) fecha acordo de R$ 3 bi com arrendadores
A Azul (AZUL) anunciou por meio de fato relevante, na noite de segunda-feira (7), que realizou acordos comerciais com arrendadores e fabricantes de equipamentos originais (“OEMs”) que representam aproximadamente 92% das obrigações de emissão de ações existentes, sujeito a certas condições e aprovações corporativas aplicáveis.
O acordo envolve a eliminação da participação pro-rata do saldo atual das obrigações de emissão de ações por parte dos arrendadores e OEMs, no total de aproximadamente R$3 bilhões, em troca de até 100 milhões de novas ações preferenciais da Azul (AZUL4) em uma emissão única.
Segundo o comunicado, os acordos representam uma parte significativa de um plano abrangente projetado para fortalecer a geração de caixa da Azul e melhorar sua estrutura de capital no futuro.
De acordo com a companhia, a negociação está condicionada a alterações em certas outras obrigações, incluindo a obtenção de financiamento adicional e está sujeita à finalização da documentação vinculativa definitiva com os arrendadores e OEMs.
Por fim, a Azul indicou que as negociações continuam com os detentores dos 8% restantes das obrigações de emissão de ações, bem como com outras partes interessadas, e a Azul manterá o mercado atualizado sobre quaisquer desenvolvimentos adicionais.