A XP revisou suas expectativas em relação às ações da operadora da Bolsa B3 (B3SA3), elevando o preço-alvo de R$ 13,60 em 2023 para R$ 16 em 2024, ou um potencial de alta de 8,6% em relação ao fechamento da véspera. No entanto, manteve a recomendação neutra.
A última atualização foi divulgada em abril, imediatamente após os eventos adversos relacionados ao crédito doméstico e à crise internacional, que resultaram na falência do SVB. “Desde então, o cenário melhorou, mas a atividade do mercado de capitais ainda está aquém do ideal”, apontam os analistas da XP.
De acordo com a análise dos analistas Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre, a B3 tem demonstrado resultados resilientes nos últimos trimestres. Isso se deve à consolidação das receitas provenientes das empresas de dados recentemente adquiridas, aliada a reduções nos custos e despesas resultantes das iniciativas de maior eficiência implementadas nos últimos anos.
“Assim, caso se confirme a expectativa de que o atual ciclo de redução das taxas de juros impulsionará a atividade do mercado de capitais, acreditamos que os resultados da empresa poderão melhorar ainda mais”, aponta o trio de analistas.
Visão dos analistas
Como resultado, mesmo diante de preocupações em relação à alocação de capital e à concorrência, houve um aumento no valor-alvo (target) das ações. De acordo com os analistas, apesar dos investimentos da empresa na diversificação de receitas nos últimos anos, o principal impulsionador ainda é o volume de transações.
“Por conseguinte, o atual ciclo de redução das taxas de juro deverá beneficiar os volumes de transações e, consequentemente, as receitas da empresa. No Investor Day realizado na semana passada, a direção reiterou que continuará a reforçar a sua atividade principal, acrescentando novos produtos. A empresa acredita que o próximo ano será positivo, considerando o crescimento da indústria de fundos e o aumento do volume de emissões de renda fixa”, afirmam os analistas.
No médio prazo, a B3 deve enfrentar uma competição mais intensa em algumas áreas de negócios. Contudo, a XP não antecipa a entrada de um único grande concorrente que desafie a B3 em todas as linhas de negócio. A expectativa é que várias empresas surjam visando nichos de mercado específicos. Embora a XP acredite que a B3 esteja bem posicionada para competir, reconhece que essas ameaças competitivas podem impactar os preços da empresa.
Apesar de manter uma visão cautelosa sobre a ação, a XP reconhece que as ações da B3SA3 estão entre as principais beneficiárias do aumento do fluxo de recursos estrangeiros. “Em nossa opinião, isso ajuda a explicar porque, apesar da ADTV (volume médio diário negociado) ter caído significativamente ano a ano, em novembro, mês de maior entrada de recursos estrangeiros, as ações da B3 subiram acima do Ibovespa”, avalia.