Até o momento, 2024 não apresentou a recuperação esperada para a Bolsa de Valores, de acordo com os dados operacionais de fevereiro da B3 (B3SA3) divulgados na terça-feira (12).
A queda de 1,7% no volume médio diário de ações negociadas (ADTV) em fevereiro, em comparação com o mesmo período de 2023, indica que o mercado ainda não mostrou um desempenho entusiasmante neste ano.
Apesar disso, gradualmente, os dados mostram uma leve recuperação em comparação com o quarto trimestre de 2023 (4T23) e o mês anterior, já que o volume médio diário de ações cresceu 16% em relação a janeiro.
B3: JPMorgan avalia
O JPMorgan considerou esses números uma melhoria sequencial, mas ressaltou que o volume médio diário de ações em março ainda estava em torno de R$ 25 bilhões. Vale destacar que o segmento de ações representa cerca de 36% da receita da B3.
Para a unidade de financiamento, que registrou um aumento de 31% nos penhores, os dados foram considerados sólidos, porém, ainda representam uma pequena parte da receita total da B3 (cerca de 5%).
O banco estrangeiro avalia a B3 como neutra, com os papéis negociando a 14 vezes o preço sobre lucro (P/L) para o final de 2024. Esta avaliação é vista como atrativa em termos táticos de curto prazo.
No entanto, a preferência no setor é pela XP (XPBR31), que é vista como uma melhor opção para capturar uma melhoria nas atividades nos mercados de capitais futuros.
B3: Goldman Sachs avalia
O Goldman Sachs avalia que as tendências ainda estão aquém das expectativas, com projeções de queda nos volumes também para março.
O número de investidores ativos registrou apenas um aumento marginal (+1%) para 5,9 milhões, enquanto as outras áreas da operadora da bolsa brasileira (como custódia, registro e unidade de financiamento) também estão abaixo das expectativas do Goldman Sachs.
O banco mantém uma posição neutra em relação à B3, com um preço-alvo estimado em R$ 14,00, mesmo após considerar o desconto na avaliação das ações.
De acordo com o Goldman Sachs, os papéis estão sendo negociados a 15 vezes o P/L para o final de 2024, o que representa um desconto de 15% em relação à média histórica de 17,6 vezes. Este desconto é reflexo das tendências relativamente fracas para o nome.
BTG avalia
Enquanto isso, o BTG Pactual reforçou o rebaixamento da recomendação do nome para Neutro (de Compra) feito no ano passado, devido à avaliação menos atraente, especialmente após um rali e devido aos volumes decepcionantes na margem.
No entanto, o banco observa que os pontos negativos já estão precificados após a venda, e a posição vendida (conhecida como “short”, onde o investidor “aposta contra” o papel através do aluguel de ações) está menos presente no momento. Isso indica que os investidores estão começando a reconsiderar o nome de forma menos negativa.