A B3 passa a oferecer a partir desta segunda-feira (29) um novo contrato de commodity, o Futuro de Soja Brasil. Desenvolvido em parceria com a bolsa de Chicago (CME Group), o foco da novidade é trazer um mecanismo de proteção mais seguro, baseado no preço da soja brasileira e negociado em duas bolsas que são líderes mundiais.
O contrato futuro chega acompanhado de opções de compra e de venda sobre o futuro de soja Brasil.
“Até agora, para fazer hedge [estratégia de investimento] dos grãos negociados era preciso recorrer à bolsa de Chicago. A correção entre os preços da soja brasileira e americana sempre foi grande, porém nos últimos anos houve um descolamento, o que dificultou bastante a vida dos agentes da cadeia produtiva brasileira”, disse Louis Gourbin, superintendente de Commodities da B3.
De acordo com ele, os produtos brasileiros precisam refletir a grandeza do agronegócio do país, que é uma referência mundial. “O novo derivativo chega para atender essa necessidade e ser uma ferramenta de gestão de risco de preço Brasil. Além disso, é de fácil acesso para os participantes nacionais, só precisa ter uma conta em uma corretora para negociar o novo contrato na B3”, comentou.
O Futuro de Soja Brasil já possuía um contrato assinado entre as duas bolsas em 2020, segundo a B3. Após a aprovação dos órgãos reguladores brasileiros, no final de agosto, a lançamento pela Bolsa brasileira ocorreu. Parte da cooperação técnica, mantida pelos dois grupos desde 2007, espera a aprimoração de serviços de tecnologia e contratos futuros de soja negociados nas duas bolsas, interligando os participantes globais desse mercado ao setor agrícola do Brasil.
“Essa conexão é importante pois traz o mundo para o Brasil e o Brasil para o mundo. O mercado de soja é internacional, mas possui dinâmicas de produção e comercialização distintas por geografia, o que traz a necessidade de novos produtos regionais. A parceria B3 e CME demostra a nossa capacidade a proporcionar novos produtos eficazes e adaptados às demandas dos nossos clientes”, afirmou o superintendente.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o Brasil é o maior produtor e exportador de soja do mundo, colhendo cerca de 134 milhões de toneladas de grãos neste ano.