O interesse das companhias em abrirem capital no primeiro trimestre deste ano caiu drasticamente, segundo levantamento feito pela CNN, com dados da B3, é a primeira vez em desde 2018 que não há registro de IPO nos primeiros três meses do ano.
De acordo com a pesquisa, os principais motivos seriam a guerra na Ucrânia, a alta na taxa básica de juros e a grande quantidade de setores altamente descontados na bolsa brasileira.
No entanto, é a primeira vez desde 2004, segundo a base histórica de dados da B3, que oito companhias realizam follow-on entre janeiro e março. São elas: BR Partners, 3Tentos, BRF, Arezzo, Equatorial Energia, Livetech da Bahia, Alpargatas e Allied.
Especialistas informam que, quando uma empresa apresenta os documentos para que a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) aprove a abertura de capital, o histórico financeiro entregue é de apenas dos últimos três anos; ou seja, caso uma empresa queira estrear na B3 em 2022, precisará oferecer os dados financeiros de até, no máximo, 2019.
“Assim, não dá para saber se o resultado [financeiro] está bom ou não”, destaca Danielle Lopes, sócia da Nord Research.
Porém, ainda segundo especialistas, a dinâmica do mercado de ofertas subsequentes é diferente, já que os acionistas conhecem o histórico das companhias. Com isso, é possível realizar uma emissão e ter um interesse por parte dos investidores em comprar mais papéis e participar da oferta.
A invasão da Ucrânia por parte da Rússia e a taxa de juros foram grandes fatores que contribuíram para aumentar as solicitações de desistência da abertura de capital: 39 companhias optaram por cancelar suas operações.